A seca extrema causada pela queda no nível da água do Rio Negro, no Amazonas, expôs diversas formações rochosas com gravuras realizadas por mãos humanas, a cerca de 2 mil anos, que estavam submersas. Segundo a agência de notícias científicas Phys, trata-se de figuras rupestres, registros de antepassados que habitaram a região.
O surgimento das gravuras se deu após a grande vazão de água do local na semana passada, alcançando o menor nível em aproximadamente 120 anos. Por meio de um satélite da Agência Espacial Norte-americana (Nasa), é possível visualizar a situação que deixou cidades da região em estado de emergência.
As gravuras em rochas e afins chamaram a atenção dos especialistas, tanto pelo fator histórico por trás das figuras na região, considerada um sítio arqueológico, quanto pela preocupação da queda do nível do rio.
Moradora de Manaus há quase 27 anos, Lívia Ribeiro quis enxergar os desenhos com os próprios olhos e ficou deslumbrada, porém, também preocupada:
— A gente vem, olha (as gravuras) e acha que são lindas. Mas ao mesmo tempo é preocupante. Também penso se esse rio vai existir daqui a 50 ou 100 anos — disse a administradora.
Seca na Amazônia
A bacia hidrográfica do Rio Amazonas teve menos chuva entre os meses julho e setembro de 2023 do que qualquer ano desde 1980. Por conta disso, o Rio Negro atingiu, na segunda-feira (16), o mais baixo nível já registrado em Manaus, a capital do Amazonas. Os números indicam que a queda do nível, além de maior, acontece de forma mais rápida.