Mortes por raios fazem parte de uma estatística expressiva. O Brasil é o país campeão de incidências de raios, e são 113 mortes e 500 pessoas feridas por conta do fenômeno a cada ano, além do prejuízo de R$ 1 bilhão. Os dados são do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo o órgão, as probabilidades de uma pessoa ser atingida por um raio no Brasil é em média um em 25 mil.
Segundo Maria Clara Sassaki, metereologista do Climatempo, o raio é o acúmulo de carga que ocorre dentro das nuvens de tempestade (as cumulonimbus). Alguns deles atingem o solo. A cada 50 mortes no mundo por esta causa, uma ocorre aqui.
— A explicação é geográfica: é o maior país da chamada zona tropical do planeta, área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades — explicou Osmar Pinto Junior, coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica
A corrente elétrica causa queimaduras, danos no coração, pulmão, sistema nervoso, problemas psicológicos em cerca de 70% dos atingidos e morte por parada cardíaca e respiratória nos outros 30%. A queda de raios próxima às pessoas também pode gerar problemas, o que ocorre de forma mais frequente, conforme o ELAT. A maioria das mortes e ferimentos estão associados a incêndios ou quedas de linhas de energia que são consequências das descargas.
Como se proteger de raios
Alguns contextos podem aumentar os riscos de uma pessoa ser atingida por um raio. Por exemplo, se estiver em uma área descampada, como a areia da praia, durante uma tempestade por 30 minutos, a probabilidade aumenta em 2,5 vezes.
— Em algumas tempestades, o número de raios durante 30 minutos pode ser 10 vezes maior do que o caso típico, o que significaria que a probabilidade de morrer atingido por um raio seria de um em 1.000, isto é, 25 vezes maior do que a probabilidade média ao longo da vida — continua Osmar Pinto Junior.
Algumas ações podem ser tomadas em dias de grandes tempestades para a prevenção do risco, entre elas:
- Se possível, não estar na rua durante tempestades. Se estiver, buscar abrigo em veículos metálicos não conversíveis, residências ou prédios, metrôs ou túneis;
- Se estiver na rua: evitar segurar objetos metálicos longos, empinar pipas ou aeromodelos e andar a cavalo
- Se dentro de casa: evitar usar telefone com fio, ficar próximo de tomadas e canos, tocar em equipamentos elétricos;
- Locais como topos de morros e de prédios, áreas abertas, campos de futebol, estacionamentos abertos, pequenas construções não protegidas e veículos sem capota são extremamente perigosos
Caso esteja em um local citado e houver indícios de que um raio vai cair (pelos arrepiados ou pele coçar em situação de temporal), é importante não se deitar no chão. A recomendação do INPE é se ajoelhar e curvar-se para a frente, com as mãos nos joelhos e cabeça entre eles.
Produção: Paula Appolinario