A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Banrisul organizaram o primeiro encontro presencial do Selo + Energia Sustentável com representantes de 30 empresas do setor de energia solar do Estado. O evento ocorreu na noite desta quinta-feira (12), no Campus Caldeira, na zona norte de Porto Alegre.
A iniciativa começou em setembro de 2022 e terá um ano de duração, período em que as empresas receberão treinamentos com o objetivo de qualificar a atuação no setor. O programa tem dois outros parceiros: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS). Nesta quinta, o encontro serviu para explicar aos participantes a metodologia de avaliação do processo.
— Vamos avaliar o panorama das empresas segundo cinco dimensões que são necessárias para elas prosperarem na área de desenvolvimento sustentável: inovação, gestão de energia, desenvolvimento sustentável, promoção da cadeia produtiva e qualificação — explica Aline Pan, professora do Campus Litoral Norte da UFRGS e coordenadora do projeto na universidade.
Durante o programa, o Sebrae e o Senai oferecerão cursos para empreendedores, instaladores e projetistas, enquanto o Banrisul vai subsidiar os treinamentos, além de financiar projetos sustentáveis. Já a UFRGS fará a avaliação a partir de abril. Em agosto, será divulgado o resultado preliminar e, em setembro, a avaliação final.
As empresas receberão um dos selos. São quatro categorias: ouro, prata e bronze, além do selo "em desenvolvimento", que será concedido às participantes que não atingirem o mínimo para obter um dos três primeiros.
— O selo dará uma padronização de comportamento ao setor. As empresas vão entender o quão importante é a inovação e crescer com desenvolvimento sustentável. O programa foi desenvolvido para pequenas e médias empresas, porque muitas delas abrem e são logo fechadas. Nós queremos que eles continuem e vamos ajudá-los. Eles têm a experiência, o dia a dia, nós temos a bagagem do estudo — completa Aline.
Segundo Tiago Fernandes, gerente-executivo da unidade de produtos de desenvolvimento e microcrédito do Banrisul, o investimento no selo é uma das iniciativas do banco no campo da sustentabilidade. Como exemplo, Tiago cita o fato de a instituição comprar créditos de energias renováveis para compensar o que é gasto de energia elétrica nas agências bancárias.
— Como o banco financia muitos projetos de instalação de painéis fotovoltaicos, percebemos um gap (lacuna) de qualificação das empresas do setor. Acreditamos que esse programa vai virar uma grife: o consumidor vai saber que a empresa que tem o selo passou pela UFRGS, Senai e Sebrae, e tem a gestão e a parte técnica qualificadas — comenta.
João Pedro Demore, consultor comercial da Yes Energia Solar, de Porto Alegre, diz entender que o trabalho feito na capacitação é um meio de a empresa se destacar no mercado. Por outro lado, o certificado do programa dá ao cliente uma ferramenta de escolha quando ele decidir contratar a instalação de sistemas fotovoltaicos; ajuda-o, portanto, a separar o "joio do trigo" no mercado de energia solar, diz o profissional:
— O risco técnico e econômico de um projeto que não tem qualidade coloca em perigo o cliente, a viabilidade econômica do projeto e o retorno do financiamento do banco. É bom que as instituições financeiras entendam que é melhor investir em bons projetos e é arriscado financiar projetos de segunda linha. O selo é uma forma de qualificar o mercado.