Em meio a alertas de aquecimento global e de desabastecimento energético, começa, neste domingo (6), a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) em Sharm el-Sheikh, no Egito. O evento reunirá líderes de diferentes países para debater medidas para conter a crise climática global. O Rio Grande do Sul terá representantes no encontro.
A delegação gaúcha participará, entre os dias 10 e 15 de novembro, de painéis no estande do Ministério do Meio Ambiente e de reuniões técnicas com agentes nacionais e internacionais que terão como tema central as ações coletivas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, reforça que essa troca de conhecimentos será crucial para o enfrentamento dos desafios climáticos em todo o mundo.
— Queremos atuar de acordo com as melhores práticas adotadas no globo. Nós incentivamos as energias limpas e renováveis e aderimos a campanhas de neutralização das emissões. Além disso, temos firmado acordos com entidades internacionais ligadas à sustentabilidade, o que demonstra a relevância da agenda climática no nosso Estado — afirmou Marjorie.
Entre as iniciativas que o Rio Grande do Sul pretende apresentar na COP27 estão as políticas de baixo carbono, que visam reduzir o nível de emissão dos gases do efeito estufa, a proposta de mensuração científica do fluxo de carbono nas diversas cadeias produtivas do Estado e os projetos de produção do hidrogênio verde.
A comitiva do governo do Rio Grande do Sul será formada por representantes das secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Agricultura e de Desenvolvimento Econômico (Sedec), da Casa Civil e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Também integram o grupo membros do Ministério Público Estadual.
Enfrentamento das mudanças climáticas
A COP é o evento anual da ONU para o enfrentamento das mudanças climáticas. Desta vez, a temática africana estará em primeiro plano pela vontade do país anfitrião de dar voz às reivindicações do continente: mais ajuda para a adaptação ao impacto ecológico e a medidas colaterais, como um perdão à dívida externa.
Na segunda (7) e na terça-feira (8) será realizada uma cúpula de líderes, com a presença de até uma centena de participantes. Embora não vá participar diretamente desse fórum reservado aos chefes de Estado em exercício, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou que participará da COP27, aceitando um convite feito pelo Egito.
Outro que confirmou presença foi o presidente americano, Joe Biden, mas a cúpula será marcada também por ausências importantes, como a dos presidentes russo, Vladimir Putin, e chinês, Xi Jinping.
A China é o maior emissor de gases de efeito estufa do planeta e as relações bilaterais com os Estados Unidos, que vêm logo em seguida, são muito frias atualmente, o que não facilita as complexas negociações no âmbito da COP, onde todas as decisões são tomadas por consenso.
A guerra na Ucrânia, a angústia da Europa frente à grande crise do gás e do petróleo e as eleições legislativas de meio de mandato nos Estados Unidos, em 8 de novembro, podem dominar a conferência que reúne, até o próximo dia 18, praticamente toda a comunidade internacional — quase 200 membros.