Freya, uma famosa morsa na Noruega, país conhecido pelo amor à natureza e os animais que habitam o local, foi morta por um grupo de pesca ligado ao governo. As autoridades decidiram abater o animal por conta da mudança de seu comportamento, provocada pela multidão que desejava sua atenção para fotos e vídeos.
Com medo da morsa machucar alguém, por conta da sua mudança de humor em relação ao alvoroço midiático em torno dela, as autoridades deram um ultimato para a população norueguesa parar de querer tanta atenção do animal, o que não foi atendido.
A Diretoria de Pesca da Noruega, responsável por levar as pessoas para dar boas-vindas a Freya, ficou alarmada à medida que o público, principalmente crianças, se aproximavam cada vez mais do animal selvagem de grande porte.
Na segunda-feira (15), o cadáver da morsa chegou a um laboratório de necropsia animal. Knut Madslien, cientista sênior do Departamento de Vigilância Sanitária do Instituto Veterinário Norueguês, relatou ao jornal The New York Times, que o corpo chegou "em pedaços".
A morsa passou o dia anterior de sua morte em um barco ancorado de um homem que trabalhava em um píer. Ela estava comendo muitos mariscos, dormindo bastante e aproveitando seus últimos dias de vida.
Um dos trabalhadores da marina, Christian Ytteborg, de 47 anos, relatou ao jornalista no NYT, Jason Horowitz, que procurou ajuda das autoridades, para proteger a morsa de eventuais admiradores no local, e vice e versa. Um barco de patrulha de pesca, ligado ao governo norueguês, foi até o lugar que estava o barco do homem. Ele relatou que parecia se tratar de "quatro caras legais", o que não levantou suspeitas, naquele momento. Mas ao anoitecer, eles teriam executado o animal.
O ex-ministro da Defesa da Noruega, Frank Bakke-Jensen, atribuiu o assassinato de Freya como "adequado". Segundo o jornal americano, o corpo do animal coberto por uma lona foi enviado para o necrotério sem deixar vestígios de que se trataria da famosa espécie marinha norueguesa. Porém, foi identificado posteriormente.
Opinião pública
Kjell Jonsson, 44 anos, que carregava um caiaque no ombro direito depois de dar uma aula, disse ao NYT que "a culpa é de todas as pessoas que não conseguiram deixá-la em paz":
— Eles queriam uma selfie, um abraço com ela. Melhores amigos para sempre — afirmou em tom irônico.
Solmund Nystabakk, 40 anos, acredita que, no momento em que o animal selvagem saía de seu habitat natural, as pessoas projetavam personalidade nele:
— Grandes mamíferos aquáticos na cultura popular mais ampla, contribuem para isso. Mas o animal não se relaciona com a intencionalidade humana. Pode se importar com muitas coisas, mas seu objetivo principal é sobreviver, se alimentar — disse ele.
Erik Holm, 32 anos, estava em seu apartamento com sua namorada quando ouviu a notícia da morte. A decisão de punir o animal em vez das pessoas o deixou muito chateado e pensativo:
— O que você diz para as crianças quando se mata uma morsa? — questionou.
A Noruega é conhecida como um país que apoia a natureza e valoriza os animais que habitam no local. Entretanto, o assassinato de Freya levantou dúvidas quanto ao merecimento deste título à nação.