A erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha espanhola de La Palma (arquipélago das Canárias), arrasou 154 hectares e destruiu 320 edificações, informou o sistema de medição geoespacial europeu Copernicus nesta quarta-feira (22). Um aumento, na comparação com o boletim anterior que trazia 185 edificações e 103 hectares destruídos.
Segundo as autoridades de La Palma, os números continuarão aumentando nas próximas horas, à medida que a lava avança para o mar. Em um primeiro momento, era esperada para acontecer na segunda-feira (20) o encontro do magma com o oceano, mas a velocidade de deslocamento reduziu.
Este é um encontro que preocupa, porque pode gerar explosões, ondas de água fervente, ou mesmo nuvens tóxicas, explica a página do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
– Nas últimas horas, se desacelerou muito. Agora está se movendo a 300 metros por hora, talvez menos, porque está chegando a uma zona muito plana. [...] O que está fazendo é ganhar altura. Há áreas, nas quais já tem 15 metros de espessura – afirma o porta-voz do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan), David Calvo.
A Involcan estimou, nesta quarta-feira (22), que a erupção pode durar "entre 24 e 84 dias, com uma média geométrica da ordem de 55 dias".
Primeira erupção do Cumbre Vieja desde 1971 nesta ilha de 85 mil habitantes, o fenômeno provocou a retirada de 6,1 mil pessoas, entre elas 400 turistas. As outras 5,7 mil, moradores locais, viram-se obrigadas a deixar suas casas, às vezes, em questão de minutos.
Até o momento, não há informações sobre vítimas.
– Têm sido dias realmente duros – tuitou o presidente da Câmara Municipal de La Palma, Mariano Hernández Zapata. – Ouvir quem perdeu tudo e quem sabe que vai perder é frustrante – desabafou.