Um bloqueio atmosférico que segura as frentes frias sobre o Rio Grande do Sul deve provocar temporais em todas as regiões nesta quarta-feira (27). Por este motivo, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Defesa Civil do Estado mantêm o alerta de risco de chuva intensa e ventos fortes.
Estimativas do Inmet indicam que pode chover entre 30mm e 100mm e ter ventos entre 60km/h e 100 km/h. Em Porto Alegre, cuja média chuva para o mês de janeiro é de 110mm, o acumulado deve ficar entre 60mm e 70mm, estima o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.
— Vale salientar que essa previsão de 100mm pega mais o Interior do que a Capital. Porto Alegre deve ter um valor intermediário. Ainda assim, o alerta é válido — diz, acrescentando que os ventos, na Capital, devem ficar na casa dos 50 km/h.
As precipitações mais expressivas e os ventos mais intensos devem ser registrados na porção Norte. Na Metade Sul, o vento maior foi registrado no decorrer da madrugada, segundo Eliane Alves, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPMET/ UFPel). Em Santa Vitória do Palmar, houve registro de vento de 42,8 km/h.
— No meu modelo (meteorológico), tem ventos de 70 km/h, 80km/h para hoje. Acima de 100km/h, não — observa Eliane.
Apesar do tempo fechado, as temperaturas permanecem elevadas em todas as regiões.
— Eventualmente, a sensação de calor diminui hoje, mas amanhã ela já aumenta. No Oeste, deve chegar aos 33°C — prevê Oliveira.
Até quando chove?
Conforme o meteorologista da Somar, a chuva deve se destacar em três oportunidades: nesta quarta, na quinta (28) e na sexta (29). Depois disso, deve se intensificar no domingo (31) e na quinta (4). Essa tendência de dias abafados e chuvosos deve permanecer, pelo menos, até a segunda semana de fevereiro, quando o bloqueio atmosférico perde força. De acordo com Oliveira, esse prognóstico de chuva não é habitual no verão do Rio Grande do Sul:
— Seria comum se tivéssemos El Niño — argumenta.
Embora se espere por um volume de chuva expressivo nesta quarta e nos próximos dias, não há previsão para que o Rio Grande do Sul registre transtornos mais sérios, como os observados em Santa Catarina. Isso porque, explica o meteorologista da Somar, no Estado vizinho as precipitações vêm acontecendo desde o fim do ano passado.
— A diferença é que o RS não recebeu muita chuva. Além do volume expressivo, vem chovendo desde dezembro em Santa Catarina. O solo está mais encharcado.
O boletim agroclimatológico do Inmet, publicado no começo de janeiro, reforça essa afirmação: Santa Catarina e Paraná ficaram, em dezembro, com chuva próxima ou acima da média em diversas localidades. Para o primeiro trimestre, o documento aponta precipitações próximas ou abaixo da média climatológica aqui no Estado.