O frio registrado na província de Entre Ríos, na Argentina, imobilizou a nuvem de gafanhotos e impediu sua aproximação do território gaúcho. Além disso, agentes do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar da Argentina (Senasa) promoveram a pulverização de agrotóxicos em uma área de 400 hectares com o auxílio de um avião e sete atomizadores, o que fez com que 80% do enxame tenha sido extinto. Contudo, o número de gafanhotos restante ainda é elevado e pode causar sérios estragos.
Juliano Ritter, fiscal agropecuários estadual, explica que a nuvem ainda é robusta:
— O potencial de estrago dela caiu significativamente. Entretanto, se fizermos as contas, ainda temos aproximadamente 50 milhões de insetos. Eles podem causar danos ainda, em menor grau, mas, com certeza, podem ser devastadores. Se a temperatura subir, o risco de vinda deles para cá aumenta.
A nuvem permanece no município de Federación, na província de Entre Ríos, e está a 98 quilômetros de Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste. Ritter diz ainda que a temperatura mais baixa registrada na Argentina facilitou o trabalho de agentes agrícolas no combate aos insetos e há chance de eles de serem dizimados caso o Senasa mantenha o mesmo nível de controle dos últimos dias.
Uma segunda nuvem vinda da Argentina foi vista pela última vez nas proximidades de Las Hacheras, na província del Chaco, a, aproximadamente, 600 quilômetros de Itaqui, na Fronteira Oeste.
O fiscal agropecuário estadual afirma que os gafanhotos podem rondar o território argentino por mais de cinco anos após essa nuvem.
— As nuvens são eventos cíclicos, os insetos vão fazendo postura de ovos o que pode gerar novas gerações — explica.