Autoridades agrícolas argentinas fizeram neste sábado (25) operação para tentar conter o avanço da nuvem de gafanhotos na província de Entre Ríos. Com avião e tratores, agentes do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar da Argentina (Senasa) realizaram pulverização com agrotóxicos em uma área de 400 hectares que pertence a nove estabelecimentos agropecuários.
A operação complementou os esforços iniciados na quinta e na sexta-feira, interrompidos em razão de condições meteorológicas.
Neste domingo, seria feita uma nova investida contra a nuvem de insetos, que percorre a Argentina em direção ao Rio Grande do Sul.
Conforme o Senasa, quando ingressou no país, em maio, a nuvem ocupava cerca de 15 quilômetros quadrados. Depois das ações de controle, ela diminuiu para 10 quilômetros quadrados.
Juliano Ritter, fiscal agropecuário da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS (Seapdr), afirma que ainda é precoce para avaliar a eficácia da operação de ontem e diz que as autoridades gaúchas seguem monitorando o deslocamento dos insetos.
– Em razão das condições de vento e baixa temperatura, não há possibilidade de ingresso dos insetos no RS pelos próximos dias – afirma Ritter.
Os gafanhotos seguem no mesmo local, a aproximadamente 98 quilômetros de Barra do Quaraí, na fronteira oeste gaúcha. Com a queda da temperatura, eles não devem se deslocar.
Capazes de voar cerca de 150 quilômetros por dia e depositando no solo de 80 a 120 ovos, os gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata têm como característica o fato de serem migratórios. Soma-se a isso, o comportamento gregário, ou seja, de andar em bandos.
Apesar de não oferecerem perigo à saúde humana, os gafanhotos são altamente prejudiciais às lavouras. Eles são vorazes pelos alimentos vegetais e colocam em risco, principalmente, as lavouras permanentes de oliveiras, as hortaliças e, eventualmente, as de trigo, aveia e cevada.