O Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, nas sigla em inglês) liberou recursos para projetos de defesa da biodiversidade e proteção das águas internacionais, incluindo um no Brasil, que teve aprovação de 4,8 milhões de dólares. Trata-se de uma iniciativa para apoiar o fortalecimento dos setores públicos e privados na região da bacia da Lagoa Mirim, localizada na fronteira entre o Estado e o Uruguai, para a ampliação das capacidades de gestão conjunta dos recursos hídricos.
Ao todo, 24 projetos em cinco continentes receberão 176 milhões de dólares. A decisão foi tomada durante a 58ª reunião do conselho do GEF, a primeira organizada de forma virtual, na sexta-feira (5). Os projetos, administrados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), têm como objetivo enfrentar a crise ambiental que afeta a produtividade e sustentabilidade dos sistemas agrícolas terrestres e aquáticos dos países envolvidos.
A Lagoa Mirim foi descrita pela FAO, em comunicado, como "um vasto lago de água doce que abriga milhões de aves migratórias". Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil, o projeto irá apoiar o desenvolvimento econômico da região, considerando todos os aspectos de preservação do ecossistema e dos recursos hídricos:
— Melhorar a eficiência de gestão da água e de aproveitamento sustentável da bacia requer um grande exercício de governança. Isto é, a tomada de decisões inclusiva e geradora de compromissos por parte de cada um dos atores envolvidos, pois disso depende a durabilidade e a sustentabilidade do sistema de produção e conservação.
Segundo a FAO no Brasil, a região da Lagoa Mirim tem um grande potencial de aquicultura e de pesca, além de ser um importante polo de produção de arroz e canal de transporte fluvial tanto para o país quanto para o Uruguai. Para Zavala, além da governança, o aprimoramento dos componentes de pesquisa, a inovação tecnológica, o cooperativismo e implementação são essenciais para aumentar a produção de alimentos diante da atual crise de mudança climática que estamos vivendo.