A forte chuva e vento intenso no Rio Grande do Sul resultaram em um cenário de árvores derrubadas, casas danificadas e sinaleiras fora de operação. Meteorologistas explicam que foi resultado de um fenômeno típico do verão: o temporal, porém, potencializado devido às condições climáticas de quarta-feira (15).
De acordo com Diogo Arsego, meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), o choque térmico resultado do encontro da massa de ar seco e quente que atuava no Estado, com a frente fria, de ar úmido, vinda da Argentina, resultou neste grande temporal.
— Quando se tem a colisão de massas tão distintas, formam-se temporais. Fenômeno este que é caracterizado pela chuva forte, raios e rajadas de vento muito intensas e queda de granizo. O que aconteceu de diferente, desta vez, foi que estava muito quente no Estado. Em Porto Alegre, por exemplo, houve registro de 35°C e isso aumentou ainda mais o contraste das massas e a força do temporal — explica.
Ele ressalta ainda que, praticamente, todo o território gaúcho registrava alta temperatura. Chuva e vento intenso foram fenômenos generalizados, não localizados. Por isso, vários municípios do Estado apresentaram a formação de núcleos de rajadas de vento. Em Teutônia, no Vale do Taquari, elas alcançaram os 81 km/h e, em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, os 77,4 km/h.
Na Capital – onde o vento chegou aos 72 km/h – os maiores estragos foram registrados na Zona Sul, onde a estação meteorológica do Clube dos Jangadeiros, localizada no bairro Tristeza, registrou rajadas de 100 km/h entre 17h45min e 17h50min.
Fabiene Casamente, meteorologista da Somar, afirma que não há uma explicação que dê conta das razões para este fato. Contudo, ela aponta duas prováveis respostas:
— A topografia (geografia) da região pode ter contribuído e pode ser que esta parte da cidade estivesse registrando uma temperatura mais elevada do que a Zona Norte, por exemplo. Além disso, como a frente fria vinha avançando pela zonal sul do Estado, pode ter agido com maior intensidade nesta área da cidade e perdido força conforme avançava para o norte de Porto Alegre.