Depois de novembro ter trazido dias de muita instabilidade, o Rio Grande do Sul passa por dias ensolarados. Mas junto com o tempo seco, o Estado tem apresentado uma baixa umidade relativa do ar. Na segunda-feira (18), Dom Pedrito, na Campanha, registrou 20%, que, em índices meteorológicos, está no mínimo da Escala de Atenção (que vai de 20% a 30%; veja mais ao fim deste texto). Porto Alegre, onde fez 31,6°C, chegou a 27%.
— A umidade relativa do ar cai um pouco mais a cada dia e se aproxima dos 20% entre quarta e quinta-feira, especialmente no noroeste do Estado — relata Patrícia Vieira, da Somar Meteorologia.
Com a chegada de uma frente fria a partir de quinta-feira e o retorno da instabilidade, os índices devem voltar a subir.
O que é a umidade relativa do ar
Trata-se da quantidade de água presente na atmosfera sob forma de vapor. Quando evapora de rios, lagos, mares e outras fontes, a água se acumula em nuvens. Uma parte, porém, fica na atmosfera, compondo o ar que se respira.
Quando a umidade está muito baixa, crises de alergias respiratórias, sinusites e asma podem aparecer, e algumas doenças de pele podem ser agravadas. Já o contrário — muito vapor de água na atmosfera — pode levar ao surgimento de fungos, mofos e aumentar a proliferação de ácaros.
Fonte: Somar Meteorologia
Cuidados com a saúde
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade do ar abaixo dos 30% pode trazer riscos para saúde. O ideal é que ela fique entre 50% e 80%. Por isso, quando está na faixa do Estado de Atenção (entenda mais abaixo), é possível apresentar falta de ar, irritação nos olhos e ressecamento do nariz, da garganta e da pele. Portanto, os meteorologistas recomendam algumas precauções: ingerir bastante líquido e evitar exposição ao sol e atividades físicas ao ar livre, principalmente nas horas mais quentes do dia, entre 11h e 15h.
Adalberto Rubin, chefe do serviço de pneumologia da Santa Casa de Porto Alegre e presidente da Sociedade Gaúcha de Pneumologia, afirma que a irritação dos tecidos que formam o sistema respiratório, causada pela baixa umidade do ar, pode fazer com que as pessoas tenham crises de bronquite, rinite, sinusite, faringite e, até mesmo, conjuntivite.
De acordo com ele, crianças, idosos e pessoas que já têm alguma doença respiratória crônica fazem parte do grupo considerado mais suscetível a complicações. E, por isso, devem reforçar os cuidados e manter o tratamento preventivo prescrito pelo médico.
Veja outros cuidados apontados por escala feita pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade de Campinas (Unicamp).
Escala psicrométrica – classificação dos estados de criticidade
Entre 21% e 30% - Estado de Atenção
Cuidados a serem tomados
- Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h
- Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins, etc.
- Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas, etc
- Consumir água à vontade
Entre 12% e 20% - Estado de Alerta
Cuidados a serem tomados
- Observar as recomendações do estado de atenção
- Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas
- Evitar aglomerações em ambientes fechados
- Usar soro fisiológico para olhos e narinas
Abaixo de 12% - Estado de Emergência
Cuidados a serem tomados
- Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta
- Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência, etc.
- Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas, etc., entre 10h e 16h
- Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais, etc.