Na Capital para evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), no Porto Alegre Country Club, na Zona Norte, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu, nesta segunda-feira (21), a velocidade das ações adotadas pelo governo federal na crise ambiental envolvendo o vazamento de óleo que atinge o litoral dos nove Estados do Nordeste. O ministro afirmou que todas as medidas possíveis foram tomadas pela União desde o início da crise.
— Não há lentidão nenhuma. Isso foi reconhecido pela decisão judicial neste final de semana, na qual ficou comprovado que o governo adotou todas as medidas necessárias desde o início do incidente, com a colaboração de satélites, sistemas de monitoramento, radar, helicóptero. Tudo foi feito e continua sendo feito rapidamente — afirmou Salles.
O ministro fez referência à decisão da Justiça Federal do Sergipe que, conforme o jornal O Globo, no domingo (20), apontou que a União já havia acionado o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo. Na sexta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) havia entrado com uma ação apontando omissão do governo federal e pedindo que a Justiça exigisse da União o acionamento do Plano de Contingência.
No fim da tarde desta segunda-feira, contudo, vieram à tona as decisões da Justiça Federal de Pernambuco e da de Alagoas, acatando pedidos do MPF de que a União e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) adotem medidas imediatas para a contenção e o recolhimento do óleo. O descumprimento gerará multa diária de R$ 50 mil.
Ainda na coletiva, Salles ressaltou:
— Nós aumentamos todos os efetivos federais envolvidos desde o início. Contamos muito com a Defesa Civil dos municípios e com os voluntários. As praias têm sido limpas no mesmo dia, o que mostra que a resposta tem sido bastante rápida.
Salles falou com a imprensa após palestra de aproximadamente uma hora e meia para empresários, com o tema "O meio ambiente em uma visão para o desenvolvimento", que, no entanto, não pôde ser acompanhada por jornalistas, a pedido do ministro.
Na entrevista coletiva, Salles voltou a afirmar que o governo federal desconhece a origem do vazamento de óleo e reforçou que o poluente tem características que indicam que possa ter sido extraído na Venezuela, embora ainda não se saiba a fonte do vazamento.
— É um esforço conjunto contra essa mancha de óleo venezuelano que tocou a costa brasileira e que não sabemos a origem, como chegou efetivamente — disse Salles.