Por meio de monitoramento aéreo, foi possível avistar 52 baleias-francas, uma baleia-de-bryde, dois grupos de golfinhos e seis pinípedes (lobos ou leões-marinhos) na região entre Florianópolis e o município gaúcho de Torres. Os animais marinhos foram avistados por dois biólogos e um oceanógrafo do Programa de Monitoramento de Cetáceos do Porto de Imbituba, durante o segundo sobrevoo da temporada no litoral sul do Brasil, realizado nesta quinta-feira (26) — o primeiro aconteceu em junho.
Das 52 baleias-francas, 51 estavam na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia-Franca, localizada em território catarinense. A maior concentração pode ser vista em Garopaba e em Imbituba, no litoral sul do Estado, onde havia 12 e 19 baleias, respectivamente.
A baleia-de-bryde, uma espécie comum de se encontrar na costa brasileira, pode chegar a medir 16 metros e pesar 40 toneladas.
— Todos os animais avistados são catalogados por meio de fotografia das calosidades que têm em cima da cabeça, que são únicas para cada animal, como se fosse uma digital — conta Gilberto Ougo, oceanógrafo da empresa Acquaplan, contratada para executar o serviço.
Número recorde foi visto em 2018
No ano passado, 273 baleias foram avistadas neste mesmo período. Em setembro de 2017, 49 baleias-francas foram vistas. Em novembro, deve ser realizado o último sobrevoo da temporada.
— O número de baleias avistado neste sobrevoo está dentro do previsto para esta temporada em função do boom reprodutivo constatado em 2018. Já sabemos que a disponibilidade de alimento na Antártida tem relação com a quantidade de baleias que vêm para o Brasil. Por isso temos observado estas flutuações no número de baleias e até mesmo um aumento no intervalo reprodutivo da espécie, de três para quatro anos em alguns casos — avalia Karina Groch, diretora de pesquisa do Instituto Australis.
Entre julho e novembro, a espécie utiliza o litoral de Santa Catarina para acasalar, procriar e amamentar sua cria, o que torna a região a principal área de concentração reprodutiva de baleias-francas na costa brasileira.
O programa de monitoramento é realizado há 11 anos pelo Porto de Imbituba. Além do controle aéreo, conta também com a observação terrestre durante a temporada, nas praias da Ribanceira e do Porto, em Imbituba.