A onda de calor que dispara os alarmes em grande parte da Europa atingiu o pico nesta quinta-feira (25), com recordes de temperatura pelo menos em quatro países: Holanda, Bélgica, França e Alemanha .
Segundo o Météo-France, instituto de meteorologia francês, Paris atingiu a maior temperatura desde o início dos registros, em 1873, chegando aos 42,6°C depois das 16h no horário local. Com isso, a cidade bateu a marca anterior de 40,4°C, de 28 de julho de 1947.
Em Eindhoven, na Holanda, o recorde foi batido em menos de 24 horas, segundo o jornal britânico The Guardian. Na quarta-feira, havia feito 39,3°C, vencidos pelos 40,4°C de ontem. Já na Bélgica, perto da fronteira com a Holanda, a marca alcançou 40,6°C. Na Alemanha, na cidade de Lingen, a temperatura passou dos 41°C pela primeira vez no país, com 41,5°C.
Desde o forte calor de 2003, o pior da história da França e que deixou 15 mil mortos, as autoridades enfatizaram os riscos para as pessoas vulneráveis, especialmente os idosos e as crianças, mas, neste ano, eles estenderam as advertências para toda a população, diz a Agência France-Presse (AFP).
O operador ferroviário francês e o metrô de Paris aconselharam os usuários a adiar suas viagens.
— Quando está tão quente, não são apenas pessoas em estado frágil que podem ter problemas de saúde — disse a ministra francesa do Meio Ambiente, Élisabeth Borne, ao The Guardian.
A cidade de Herne, no oeste da Alemanha, anunciou que vai transferir nesta sexta-feira todos os peixes dos lagos da cidade para o Rio Reno, numa tentativa de salvá-los, já que, devido ao calor, a quantidade de oxigênio na água diminui.
Na Áustria, onde se esperava uma máxima de 38°C, uma criança de três anos morreu por desidratação, após ser encontrada inconsciente na segunda-feira dentro de um carro estacionado sob o sol.
Os serviços de emergência alertaram a população sobre os perigos de se refrescar em lagos, rios ou mar depois que os corpos de três mortes por afogamento foram registradas na quarta-feira.
Já na Espanha, as temperaturas caíram na quinta-feira para médias consideradas normais no verão, e apenas seis das 50 províncias do país seguiam em alerta laranja (que significa “risco importante”), segundo a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet).
Nos últimos 2 mil anos, as temperaturas globais nunca aumentaram tão rapidamente como agora, segundo dados de dois estudos publicados na quarta-feira nas revistas Nature e Nature Geoscience.