O Zoológico do Alto Boqueirão, de Curitiba (PR), tem um novo hóspede muito raro: uma arara-azul. O filhote está sob os cuidados dos pais desde que foi descoberto e fora do contato com os visitantes. A arara-azul é considerada uma ave vulnerável na escala de risco de extinção. Na natureza, foram contabilizados 4 mil indivíduos. Originária do Pantanal e da Floresta Amazônica, a população da espécie foi drasticamente afetada pela caça, pelo comércio clandestino e pelo desmatamento.
Segundo a administração do zoo da capital do Paraná, o filhote é o quarto a nascer nas dependências do espaço. A nova arara-azul foi encontrada pelos funcionários do zoo faz quatro meses. A equipe de cuidadores de aves notou que o casal ficava mais tempo no ninho do que o habitual. Já quase do tamanho dos pais, o filhote se arrisca em pequenos voos. Uma arara-azul demora a sair debaixo das asas dos pais.
Do nascer até completar autonomia, a ave fica sob a tutela dos pais entre 12 e 18 meses, segundo especialistas que estudam o bicho. Após o achado, outra pergunta ainda sem resposta é: o filhote é macho ou fêmea?
Segundo o zoológico de Curitiba, a pergunta só será respondida no próximo mês, quando ficará pronto um teste de DNA. O exame é necessário porque as aves não apresentam dimorfismo sexual — os sexos são superficialmente idênticos.
Ainda de acordo com o zoo, o nascimento é um marco no programa de reprodução em cativeiro de animais tocado pela instituição, que possibilitou também o nascimento de ararajubas e vários papagaios.
Novo casal
O filhote é irmão do Blu, arara-azul que fugiu dos veterinários durante um teste de voo em 2014. Na ocasião, Blu foi resgatado e colocado novamente em um recinto, onde pode ser visto pelos frequentadores do local.
Blu não está sozinho. Ele divide o espaço com uma fêmea da mesma espécie. Os dois estão se conhecendo, e a expectativa é de que possam virar o mais novo casal a se reproduzir em breve no zoo de Curitiba.