Nesta quinta-feira (31), áudios sobre um possível furacão que atingiria o Rio Grande do Sul e Santa Catarina começaram a circular no WhatsApp. Em uma das mensagens, que credita as informações ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é dito que o fenômeno estaria se formando em alto mar como um ciclone extratropical e que poderia chegar ao continente semelhante ao Catarina, de 2004, que atingiu a costa de ambos Estados.
Solismar Damé Prestes, coordenador do 8º Distrito do Inmet, afirma que a informação é falsa:
— Não existe qualquer alerta do tipo. No momento, não temos condições para um fenômeno de tamanhas proporções.
Sobre o áudio, Prestes conta que ficou sabendo sobre a comoção em novembro de 2018. Na época, o Inmet já tinha informado que o aviso não era verdadeiro.
De acordo com o meteorologista Caio Guerra, da Somar, há uma série de condições necessárias para que um furacão se forme. É necessário que uma área extensa do oceano tenha uma temperatura elevada, acima de 28ºC, e que isso se sustente por alguns dias. Com o calor na água, uma área de baixa pressão se forma e cria condições para uma tempestade tropical. A rotação da Terra permite que instabilidade crie um giro.
— O Hemisfério Sul não é uma região propícia para que fenômenos do tipo se formem. Atualmente, temos um registro atípico para o sul do Brasil, de até 25ºC (temperatura do oceano), mas é algo que não dura tempo suficiente para se tornar um risco.
Guerra reforça que a preocupação dos gaúchos deve ser para os alertas de tempestades, previstos para sexta-feira. Uma nova frente fria chega ao Estado, e a instabilidade se intensifica. O dia já começa com aumento de nebulosidade no Sudeste e na Campanha, onde são esperados os volumes de chuva mais expressivos. As pancadas tem potencial para chegarem acompanhadas de descargas elétricas e até eventual queda de granizo.