Os relógios devem ser adiantados em uma hora neste final de semana, à 0h de domingo (4), quando começa o horário de verão. Neste ano, é aplicado pela primeira vez o decreto presidencial que empurrou de outubro para o primeiro domingo de novembro a mudança nos relógios.
No ano passado, por exemplo, quando ainda valia a regra do terceiro domingo do décimo mês, começou em 15 de outubro. O próximo horário de verão terminará em 16 de fevereiro. Em comparação com o anterior, terá 21 dias de duração a menos.
Atualmente, os relógios são adiantados em uma hora em 10 Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul) e no Distrito Federal.
As concessionárias de energia elétrica do Rio Grande do Sul esperam economizar entre 0,13% e 0,5% no período do horário de verão. A CEEE, que atende 1,6 milhão de clientes em 72 municípios, tem estimativa de economizar 0,5%. Isso equivale, segundo a companhia, ao abastecimento de uma cidade do porte de Santa Vitória do Palmar durante o período do horário de verão.
A RGE prevê economia de 0,18% no consumo total dos 255 municípios atendidos pela concessionária. O valor é volume suficiente para atender uma cidade como Caxias do Sul por um dia ou de Passo Fundo por quatro dias.
E na RGE Sul, a estimativa é de redução de 0,13% nas 118 cidades da área de concessão. Conforme a concessionária, isso é suficiente para abastecer São Leopoldo ou Santa Maria por dois dias.
A questão da economia de energia foi central para que, no ano passado, o governo tenha cogitado extinguir o horário de verão. De acordo com estudo do Ministério de Minas e Energia (MME), a adoção da hora adiantada na época mais quente do ano não resulta mais em economia de energia. A despeito disso, a manutenção do horário de verão, de acordo com autoridades do setor elétrico, passou a ser considerada uma "questão cultural".
Com isso, um possível fim ou a manutenção da medida em 2019 torna-se mais uma expectativa a recair sobre o governo de Jair Bolsonaro.
Alterações e a repercussão sobre o Enem
Com a mudança do horário de verão para 4 de novembro, a alteração acabou sendo marcada para a madrugada do dia em que milhares de alunos em todo o país devem realizar a primeira fase do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018. Para não confundir os estudantes, o Ministério da Educação (MEC) pediu que a data fosse trocada novamente, e o Planalto adiou para o dia 18. Mas o governo voltou atrás e manteve o dia 4.
Mas antes mesmo do dia 4 chegar, muitas pessoas acordaram uma hora mais cedo em 15 de outubro, depois de seus smartphones mudarem para o horário de verão antes do determinado pelo governo brasileiro. Diversos relatos inundaram as redes sociais, predominantemente por parte de usuários de iPhone que são clientes da Tim. Houve também alguns relatos de usuários de Android que enfrentaram o mesmo problema.
Menos de uma semana depois, mais uma vez, celulares e sistemas operacionais adiantaram automaticamente o relógio em uma hora, no início da madrugada do dia 21, em referência a chegada do horário de verão. A alteração gerou confusão e foi relatada por pessoas em diversas partes do país.
Além das mudanças em celulares de ao menos duas operadoras, usuários também relataram no Twitter que computadores e até relógios de rua foram afetados.
O vaivém na data do horário de verão gerou uma nota do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), emitida em 10 de outubro, ressaltando que as mudanças nas regras para o começo e fim do horário podem prejudicar o funcionamento dos computadores e da internet.
A entidade diz que “alterações nas regras também podem complicar investigações de problemas técnicos e mesmo de crimes cibernéticos, principalmente em curto prazo. Algoritmos criptográficos e sistemas de registro de logs são exemplos de componentes sensíveis a erros em ocasiões de mudança no fuso horário local, como os que podem ser causados pela alteração da entrada ou saída do horário de verão".
Alerta do Google
As complicações recentes fizeram o Google emitir um alerta na última semana recomendando que todos com compromisso importante no domingo definam manualmente a hora antes da virada. O aviso da empresa é decorrência dos problemas revelados por usuários de sistema Android, do qual a empresa é proprietária.
Veja como ajustar manualmente
1 – Entre no menu "Configurações" e procure o item chamado “Sistema”. Depois, escolha “Data e Hora” ou similar – em alguns aparelhos talvez não seja necessário passar pelo menu “Sistema”.
2 – Desative as opções “Data e hora automáticas” e “Fuso horário automático”.
3 – Depois desses passos, adicione uma hora em seu horário local e tudo estará pronto para ativar seus despertadores.
Ainda de acordo com a companhia, ma manhã seguinte, o usuário deve se lembrar de desfazer essas configurações ativando as opções “Data e hora automáticas” e “Fuso horário automático”. Logo depois, o aparelho deve ser reiniciado. O horário deve, então, estar de acordo com o sinal enviado pelas operadoras.
Como reduzir os efeitos da mudança no organismo
As consequências da mudança de horário no organismo – que pode levar até sete dias para se adaptar – podem ir desde mal-estar, dificuldades para dormir, sonolência diurna e alterações de apetite. Confira dicas para diminuir o impacto:
- Durma com a janela aberta, para que a luminosidade natural ajude a despertar mais cedo.
- Mantenha os horários de refeição, independentemente da fome.
- Escureça os ambientes após o jantar.
- Procure manter horários fixos para dormir e acordar.
- Evite usar equipamentos eletrônicos antes de dormir.
- Aproveite as horas a mais de sol para fazer exercícios.