Uma protetora da causa animal de Caxias do Sul denunciou à Polícia Civil um caso de maus-tratos a mais de 30 cães em Campestre da Serra. A ocorrência foi registrada na tarde de sexta-feira (12). Conforme o relato da presidente da ONG Na Rua Nunca Mais, Paula Terres, os cachorros estão doentes, privados de alimentação e presos em correntes curtas.
Ela informou à polícia que recebeu vídeos e imagens que comprovam o crime contra os animais. O caso foi registrado em Caxias do Sul, mas será investigado pela Delegacia de Campestre da Serra, e vem sendo acompanhado pela vereadora do Legislativo de Campestre da Serra Márcia Brezolin dos Santos.
Conforme Nathália Gobbato Mota, da ONG S.O.S. Peludos, os cães vinham passando fome, ficando o dia em um local sem higiene, com pouca água, e a maioria não está castrada, o que aumenta a chance de proliferação. Um homem é o responsável pela criação dos cachorros e vive numa casa ao lado do terreno.
— As condições estão bem complicadas. Tem cocô para todo lado, alguns animais estão acorrentados, outros estão soltos e o cheiro está insuportável. Tem até carcaça de javali espalhada pelo terreno — relata Nathália.
As denúncias de maus-tratos já circulam há vários dias em Campestre da Serra. Conforme Nathália, o dono dos cães havia sido contatado na semana passada e autorizou a entrega de ração aos animais. As voluntárias coletaram uma tonelada de comida.
Na tarde da última sexta-feira (13), as protetoras das ONGs Na Rua Nunca Mais e S.O.S. Peludos saíram de Caxias do Sul carregando mantimentos para entregar em Campestre da Serra. A intenção era garantir um reforço na alimentação e fotografar a matilha para viabilizar a adoção. No entanto, o grupo não encontrou o proprietário. Mesmo assim, decidiram distribuir a comida e averiguar o estado dos bichos. A situação foi registrada por meio de fotos e vídeos.
Numa das postagens no Facebook, Paula Terres relata o caso de um cão que está com olho e cabeça machucados. Segundo a protetora divulgou, os cachorros brigam por ossos que estão jogados no chão, o que gera muito estresse. Alguns bichos já foram adotados, mas cerca de 30 ainda aguardam por um novo lar. Conforme Paula, após a saída de parte dos animais, o dono trouxe outros.
— Me propus a doar os animais que estavam lá. Em questão de dois, três dias consegui doar alguns. Mas depois o dono começou a não deixar mais. Aquilo ali é algo inacreditável, numa cidade onde tem vigilância sanitária, assistência social, em pleno centro da cidade.
Agora, os cães estão para adoção. Para adotar, basta entrar em contato pelos telefones (54) 98102-4663 (com Nathália) e (54) 98113-4445 (com Carolina). Segundo as protetoras, se houver interessados em Caxias do Sul e região, os animais serão entregues diretamente na nova casa.
A reportagem não conseguiu contatar o responsável pela criação dos cães em Campestre da Serra.