Lobos-marinhos deitados na praia. Essa tem sido uma cena comum no Litoral Norte nesta época do ano. Frequentemente, moradores e turistas esbarram com os animais, mas não sabem ao certo o que fazer nessa situação e a quem recorrer.
Originários dos litorais uruguaio e argentino, os lobos-marinhos sobem até as águas do Rio Grande do Sul, principalmente, para se alimentarem. Devido à competição com os mais velhos, os mais novos são os que mais realizam a cansativa viagem até as praias gaúchas.
Inexperientes, esses "bebezões" cansam rapidamente e acabam estacionando na areia para recuperar as energias. Consequência: são facilmente encontrados pelas pessoas.
No início do mês, um lobo-marinho foi visto descansando na praia de Capão da Canoa. Já na terça feira (21), na mesma praia, moradores encontram um filhote da espécie na Avenida Beira-Mar. No mesmo dia, outro animal foi flagrado em Xangri-lá e outro em Cidreira.
Segundo o comandante da 2ª Companhia do 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar, capitão João Cesar Verde Selva, a população deve evitar qualquer tipo de contato com o animal e ligar para os órgãos competentes: a Patrulha Ambiental (Patram) , o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos da UFRGS (Ceclimar), e as secretarias municipais de Meio Ambiente.
– As pessoas não devem se aproximar do animal que está em seu habitat natural. Não deve alimentá-lo, e, principalmente, não deixar que outros animais (domésticos, como cachorros) entrem em contanto com ele. Isso pode irritá-lo – completou.
Conforme Selva, caso o animal apresente algum tipo de ferimento, a população pode enviar fotos via WhatsApp e ligar para os telefones oficiais da Patram. Tanto a patrulha quanto o Ceclimar atuam em conjunto, caso o recolhimento seja necessário.
– Em outros casos, quando existe um grande aglomerado de pessoas, retiramos o animal para um local mais seguro. Temos todos os equipamentos necessários para fazer o deslocamento adequado do animal.
O mesmo ponto é reforçado pelo veterinário do Ceclimar, Derek Blaese de Amorim. Conforme o especialista, cerca de 20% dos óbitos atendidos pelo centro são referentes ao ataque de cães que encontram os animais na praia.
— Esses animais silvestres não estão acostumados com a presença de seres humanos. São filhotes em seus primeiros anos de vida que realizaram a sua primeira grande viagem. Podem se sentir ameaçados e atacar alguém — disse Amorim. – Eles podem ficar até dois dias na praia apenas descansando. A não aproximação serve tanto para a segurança da espécie, quanto para o ser humano — completa.
Confira os telefones da Patram e do Ceclimar
Patram Litoral Norte
Osório: 3601-1726 ou 3663 -7285
Tramandaí: 9 8608 - 0836 ou 3661-4620
Capão da Canoa: 98504-6899 ou 9 8608-0837
Torres: 3262-4798 ou 9 8608 0839
Ceclimar
(51) 3627 1309
(51) 3627 5384
(51) 3627 1505