Um encontro de prefeitos e autoridades do Vale do Sinos com a direção estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), na manhã desta segunda-feira (14), terminou sem um plano de ação imediato para conter o elevado número de mortes verificado nos últimos meses no trecho da BR-116 entre Novo Hamburgo e Dois Irmãos.
A reunião colocou em pauta uma série de medidas a serem adotadas, mas a duplicação da pista — principal desejo dos representantes da região — não deverá sair do papel em menos de dois anos, segundo relatou o presidente da Associação dos Municípios do Vale Germânico (Amvag) e prefeito de Estância Velha, Diego Francisco. Intervenções emergenciais, como melhorias de iluminação, colocação de redutores de velocidade ou radares eletrônicos dependerão de parcerias com o municípios envolvidos.
Já existe um esboço de duplicação de um trecho de 12,5 quilômetros que abrange o trajeto apresentado pela associação, mas que ainda carece de projetos mais acabados de engenharia e licenças ambientais. Os líderes do movimento pedem que as obras contemplem desde as proximidades da ligação com a RS-239, no limite entre Estância Velha e Novo Hamburgo, até o trevo do acesso norte a Dois Irmãos.
— Do que o Dnit nos passou, gostamos do plano de dividir em duas partes a duplicação de um trecho de 12,5 quilômetros para ganhar mais agilidade e da possibilidade de decretá-lo como um ponto crítico de rodovia, o que permitiria pular algumas etapas no processo (de viabilização). Mas não gostamos tanto do prazo para o primeiro projeto ficar pronto, que deve levar cerca de dois anos — afirma Francisco.
Um primeiro ponto de duplicação, de cerca de dois quilômetros, envolveria um percurso de Estância Velha até Ivoti. O restante seria contemplado em um momento posterior.
Além disso, os prefeitos pediram ao superintendente regional do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, ações complementares como qualificação da sinalização, construção de passarelas nos bairros Roselândia (Novo Hamburgo) e Rincão Gaúcho (Estância Velha) e melhorias em acessos viários.
— No momento, não haveria licitação para itens como radares. Dependeria de algum município disponibilizar. As prefeituras agora vão ver essa questão — afirma o presidente da Amvag.
Ao longo do trajeto considerado crítico, 11 pessoas morreram em acidentes apenas neste ano. Essa região também integra um conjunto de sete segmentos de rodovias considerados de alto risco pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) — apresentados em uma reportagem publicada em GZH no dia 4 de agosto ao lado de outros pontos de perigo de vias federais e estaduais em diferentes áreas do Estado.
À tarde, um grupo de vereadores de Novo Hamburgo também se reúne com representantes do Dnit para discutir o assunto. GZH entrou em contato com o departamento, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.