O verde bucólico das margens da RS-287 começou a tomar outros tons na última semana. A mudança se deve ao início das obras de duas das três novas praças de pedágio previstas para a rodovia. Quem trafega pelo km 47, em Taquari, e pelo km 168, em Paraíso do Sul, onde serão instalados os postos, já pode ver trabalhadores e máquinas atuando nas obras de terraplenagem nas laterais da estrada.
A concessionária Rota de Santa Maria, do grupo espanhol Sacyr, que é responsável pela RS-287, prevê a conclusão das praças de Taquari e Paraíso do Sul até agosto deste ano. O mesmo prazo foi estipulado para a terceira nova praça prevista o km 214, no distrito de Palma, no interior de Santa Maria, onde as obras ainda não iniciaram.
O diretor-presidente da concessionária, Renato Bortoletti, explica que cerca de 50 pessoas estão envolvidas na construção. Segundo ele, na etapa atual são realizados os trabalhos preliminares, de regularização de terreno e terraplenagem. O próximo passo é o início das obras de drenagem e de fundação.
De acordo com o contrato, a cobrança do pedágio nos três novos pontos só pode iniciar a partir de 30 de agosto, quando a concessão completar um ano. A cobrança também está condicionada à conclusão de reparos estruturais na rodovia, como melhorias no acostamento e sinalização.
Além das três novas praças, os dois postos já existentes no km 131, em Candelária, e no km 86, em Venâncio Aires, também devem ser ampliados. A previsão é de que os trabalhos de expansão e melhorias nos dois postos já construídos iniciem em fevereiro.
Após a concessão, o valor da tarifa nas praças que antes eram administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) caiu de R$ 7 para R$ 3,70. Já os motociclistas, que até então eram isentos de cobrança, passaram a pagar R$ 1,90.
Até o nono ano de concessão, 65% da rodovia deve estar duplicada, contemplando os 133 quilômetros de Tabaí a Candelária. As obras beneficiarão 12 municípios.
Desafios e planejamento
Renato Bortoletti avalia que desde 31 de agosto do ano passado, quando o grupo Sacyr assumiu a gestão da RS-287, a concessionária vem superando os desafios com planejamento para cumprir os prazos e oferecer mais conforto aos usuários.
— A concessionária tem trabalhado muito para antecipar os prazos contratuais e, ao mesmo tempo, para que o usuário não seja afetado durante a execução dos serviços. Isso envolve um amplo planejamento, por exemplo, para que o usuário que vai de Santa Maria a Porto Alegre não encontre diversas obras com "pare e siga", para que a reforma das praças ocorra sem interdições de pistas, e, ainda assim, que seja possível entregar uma rodovia confortável e segura o mais rápido possível — pontua.
Os primeiros trabalhos executados pela concessionária foram aqueles considerados mais urgentes, com a recuperação do pavimento, do sistema de drenagem, cuidados com a roçada e limpeza da faixa de domínio e agora, com a revitalização da sinalização. Ainda para este ano, a previsão é de todas as obras de arte (pontes e viadutos) também passem por manutenção, assim como defensas, elementos de segurança, terraplenos, taludes, iluminação, implantação das bases operacionais e salas de serviço ao usuário.
Geração de empregos
Conforme Bortoletti, a Rota de Santa Maria já gerou cerca de 150 empregos diretos e cerca de 300 indiretos desde que assumiu a rodovia. A partir deste ano, com a ampliação da área de atendimento e a entrada em operação das novas praças, a estimativa da concessionária é de que a quantidade de empregos diretos atinja a marca de 300 postos. Se somadas as obras de restauração e duplicação, este número pode chegar à casa dos mil postos indiretos.
De acordo com o diretor, a meta da concessionária é transformar a RS-287 em uma das melhores rodovias do país. Desde que assumiu a rodovia, o grupo já investiu R$ 75 milhões.
— Os primeiros anos de concessão são um período marcado por grandes investimentos e no qual a rodovia vai sendo transformada, passando de uma via em estado precário em agosto de 2021 para uma via monitorada, com parâmetros e condições de segurança após os trabalhos iniciais, e que, a partir daí, vai ganhando cada vez mais condições de conforto e segurança, com a restauração e duplicação. O usuário merece trafegar por uma rodovia segura e com excelentes condições — diz Bortoletti.