
Depois de um certo planejamento, Felipe Scheid, 40 anos, decidiu pegar a estrada e encarar mais uma viagem do jeito que gostava: em cima da moto. Ele percorria o caminho e, aos poucos, construia o roteiro.
Na última terça-feira (15), o motociclista saiu de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, onde morava, em sua Harley-Davidson Softail Deluxe com destino ao Chile. No entanto, teve a viagem de férias interrompida na Ruta 7, em Santa Rosa, município próximo de Mendoza, na Argentina.
Conforme familiares, ele perdeu o controle do veículo em uma curva. Ao cair da moto, teria colidido em um guard-rail e morreu no local.
A viagem que o levaria ao Chile seria a mais longa de Felipe e deveria durar cerca de 15 dias. Também de moto, ele já havia visitado cidades no Uruguai, em São Paulo e Santa Catarina.
— Ele juntou um dinheiro, a mochila, subiu na moto e foi. (Levava) Uma capa de chuva, um roteiro que ia montando. Esse era o espírito dele. Estava sempre envolvido com alguma aventura — conta o irmão, Patric Scheid, 42 anos.
Ao falar de Felipe, Patric, que também é motociclista, lembra a preocupação dele com questões ligadas ao ambiente. Felipe trabalhava em um viveiro de mudas florestais, onde vendia mudas para pessoas ou empresas que quisessem recuperar áreas degradadas. Também participava de trabalho voluntário com crianças, explicando a importância do plantio de árvores.
— Tinha um coração enorme, vivia fazendo amigos. Era um cara especial. Até um pouco indomável, mas bondoso — lembra Patric.
Felipe deixa duas filhas, de oito de 12 anos. Antes de definir as informações sobre o velório e o enterro, a família organiza o translado para o RS.