Para o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Deolindo Paulo Carniel, o fim do uso dos radares “geraria uma carnificina maior da que já vivemos” nas estradas brasileiras. Em visita ao Rio Grande do Sul na segunda-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro declarou que não serão mais usados radares móveis a partir da próxima semana. O chefe do Executivo considera que a ferramenta é usada pela “indústria da multa”.
— Causa muita preocupação a declaração do nosso chefe maior num momento que ainda temos um número de mortes tão elevado nas nossas rodovias — afirmou Carniel ao Gaúcha Atualidade nesta terça-feira (13).
Segundo ele, a direção-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), junto com as superintendências regionais, deve conversar com os órgãos técnicos e levar a preocupação da entidade ao presidente.
— Não acredito na retirada imediata dos radares. Além da direção da PRF, os órgãos que trabalham com o trânsito devem buscar a Justiça para evitar a retirada — acredita.
De acordo com o representante dos policiais rodoviários, as regras do uso dos radares leva em conta os horários e locais dos acidentes e são definidas pela superintendência do órgão junto com o centro de operações.
— Temos estudos que apontam que uma das maiores causas de acidente é o excesso de velocidade — frisa.
Sobre a declaração de Bolsonaro de que os agentes poderiam parar um condutor que estivesse infringindo o limite de velocidade, o presidente da FenaPRF explica que a multa só pode ser aplicada com confirmação da infração pelo equipamento.
— Essa resposta do presidente foi inoportuna e demonstra que falta conhecimento sobre o trabalho que é realizado pelos policiais e todos os fiscalizadores de trânsito. Nosso controle de velocidade se dá basicamente pelo radar, não existe outro equipamento. Se queremos controlar a velocidade, temos que usar o radar — relata.