A Terra vibrou durante nove dias consecutivos em setembro de 2023. Nesta quinta-feira (31), a Agência Espacial Norte-americana (Nasa) divulgou que dados do satélite Swot, parceria da agência com o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES) mostram que o fenômeno foi causado por um tsunami com ondas que se moveram de um lado para o outro a cada 90 segundos na água do fiorde Dickson, na Groenlândia.
O tsunami foi originado por um grande deslizamento de rochas e gelo próximo ao Dickson, um estreito canal pluvial de acesso ao mar. Algumas ondas chegaram aos 200 metros e se moveram de uma margem à outra do canal, cerca de 2,7 quilômetros, em apenas 90 segundos, sem parar, durante nove dias. O evento resultou em abalos sísmicos que ecoaram por todo o planeta.
Especializado em medir o nível da água na superfície de oceanos, lagos e rios com imagens em alta resolução, o Swot detectou uma diferença de 1,2 metro entre os lados norte e sul do Dickson durante o tsunami. Pesquisadores há milhares de quilômetros de distância registraram o abalo, que inicialmente foi definido como Objeto Sísmico Não Identificado, por não possuir característica de um terremoto.
O Dickson possui aproximadamente 540 metros de profundidade e é cercado por montanhas com até 1.830 metros de altitude. Conforme a Nasa, as características geográficas do canal favoreceram o abalo sísmico.
"Longe do oceano aberto, em um espaço confinado, a energia do movimento do tsunami teve oportunidade limitada de se dissipar, então a onda se moveu para frente e para trás a cada 90 segundos por nove dias. Ela causou tremores registrados em instrumentos sísmicos a milhares de quilômetros de distância", explica trecho da nota da Nasa.