O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos afirmou na terça-feira (8) que exigiria do Google mudanças profundas em seu modelo de negócios e poderia considerar uma divisão, depois que a gigante de tecnologia foi julgada responsável, no começo de agosto, por operar um monopólio ilegal.
O governo americano sugere impedir que a gigante tecnológica use seu navegador, Chrome, sua loja de aplicativos, Google Play Store, e seu sistema operacional para plataformas móveis Android para dar vantagem ao seu motor de buscas.
O documento é uma versão preliminar das recomendações que o DoJ enviará ao juiz de Washigton, responsável pelo caso, em novembro. Após isso, virá uma audiência especial prevista para abril, na qual serão ouvidos os argumentos de ambas as partes. Independente da decisão do juiz, uma apelação do Google poderia prolongar o processo por anos e, inclusive, levá-lo à Suprema Corte dos Estados Unidos.
Mas nesta primeira versão já solicita mudanças substanciais, como o acesso ao algoritmo que produz resultados no motor de buscas do Google.
Segundo o site StatCounter, em setembro, o Google representava 90% do mercado mundial de buscas online e até 94% dos smartphones.
"Dividir Chrome e Android os destruiria, [assim como] muitas outras coisas", reagiu o Google em nota à imprensa.
Para a empresa, uma separação forçada como esta "mudaria seu modelo de negócio, aumentaria o custo dos dispositivos e prejudicaria Android e Google Play em sua concorrência com o iPhone e a App Store", a loja de aplicativos da Apple.
Para o Google, as recomendações do governo americano "vão muito além das questões jurídicas específicas deste caso".
O Departamento de Justiça também planeja pedir ao juiz que proíba o Google de usar ou manter dados que se recuse a compartilhar com outras empresas.