Tanto a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação da Prefeitura de Porto Alegre (Procempa) quanto o Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Rio Grande do Sul (Procergs) precisaram desligar centros de dados por conta dos alagamentos na Capital. A água invadiu as sedes de ambas as instituições, após o desligamento da casa de bombas próxima à Rótula das Cuias.
O que ocorreu com a Procempa
O alagamento que atingiu a sede da Procempa, na Avenida Ipiranga, em função da falta de energia da casa de bombas que fica próxima à Rótula das Cuias, fez com que a desenvolvedora dos sistemas de informação da prefeitura de Porto Alegre precisasse desligar um de seus datacenters, um secundário (DC2), bem como o todo o Centro Integrado de Comando (Ceic), nesta terça-feira (7).
Porém, a equipe da Procempa, antecipando o movimento da inundação, passou todas os dados importantes do datacenter secundário, que fica no térreo do prédio, para o principal (DC1), dois andares acima, protegido da água e sendo alimentado por um gerador a diesel. Desta forma, todos os serviços ligados à prefeitura seguem funcionando, como o 156, o portal da prefeitura, agendamentos de saúde, entre outros.
— Inclusive, o serviço que a gente está usando na crise, como monitoramento das câmeras, segue funcionando. Além disso, as operadoras tiveram muitos problemas de sinal, e a gente tem uma rede de comunicação via rádio, para a Defesa Civil, EPTC e todo mundo que está trabalhando nos resgates. Então, configuramos o rádio para que possam se comunicar em áreas em que o celular não está funcionando — explicou Debora Roesler, diretora técnica da Procempa.
Inclusive, toda a operação da companhia se mudou para a sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus), no bairro Três Figueiras, assim como diversas outras secretárias do governo municipal — e toda a conexão foi feita pela Procempa.
— Além disso, a gente fez aqui na sede da Smamus um "mini Ceic", para continuar monitorando a cidade — garante Debora.
E quanto ao datacenter principal, existem chances da água o atingir e ele parar de funcionar? De acordo com a diretora técnica da Procempa, o equipamento está bem protegido:
— A gente está alimentando o gerador várias vezes ao dia. Não chega a deixar esvaziar totalmente o diesel. O alimentamos de seis em seis horas. E diesel a gente já tem estocado para não ter problema de faltar. O gerador fica muito ao alto, então, não tem risco de ter nenhum tipo de problema. Só se acontecer um tsunami.
O que ocorreu com a Procergs
O Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Rio Grande do Sul (Procergs) informou, por meio de nota, na noite da última segunda-feira (6), que desligou, por medida preventiva, o seu centro de dados. A ação foi adotada para preservar a estrutura sem prejuízo nos dados e equipamentos.
O avanço da água atingiu o quadro elétrico do prédio, localizado na Avenida Loureiro da Silva, no-breaks e geradores. A Procergs influencia no trabalho dos órgãos do Executivo estadual. O Centro é o responsável por processar diariamente milhões de transações para o bom funcionamento do Estado. E, nesta terça-feira, inclusive, o site da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em que era possível acompanhar o nível do Guaíba, está fora do ar.
Os serviços do Detran-RS também estão suspensos, devido ao desligamento do datacenter da Procergs. Segundo a assessoria do Departamento de Trânsito, nesta quarta-feira (8) devem ser emitidas medidas e prazos para que os motoristas que precisam utilizar as ferramentas do órgão não sejam prejudicados — a demora para a resolução é por conta do alinhamento que é necessário com a esfera federal, o Contran.
A reportagem tentou entrevista com responsáveis pela Procergs durante toda a tarde desta terça-feira, para entender a dimensão do problema e quais os prazos para a solução, mas, até o fechamento desta reportagem, nenhum porta-voz concedeu entrevista. Segundo a assessoria da instituição, a equipe técnica está em reunião com os membros da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (SPGG) para entender quais serviços estão fora do ar e elaborar um plano de ação.