A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) cresce sobre o Brasil. Apesar da possibilidade de interferir no funcionamento de satélites terrestres, o crescimento foi considerado normal pelo Observatório Nacional, instituto ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“Apesar do termo ‘anomalia’ sugerir algo preocupante, ele refere-se apenas a diferenças em intensidade e orientação do campo magnético terrestre, quando comparado a outras regiões do planeta. Atualmente, o centro da AMAS está posicionado sobre a América do Sul, incluindo o Brasil”, emitiu o MCTI em nota nesta quarta-feira (29).
Um campo magnético engloba e protege a Terra da entrada de partículas solares, servindo como um “escudo contra radiações cósmicas”. No entanto, o campo geomagnético terrestre possui menos força de atuação sobre a AMAS. Ou seja, essa intensidade mais baixa permite mais aproximação das partículas solares com relação a outras regiões, o que pode afetar diretamente o funcionamento de satélites, inibir o funcionamento de computadores de bordo e na coleta de dados destes equipamentos na América do Sul.
Conforme André Wiermann, Tecnologista Sênior do Observatório Nacional - Unidade de Pesquisa do MCTI, os satélites são projetados para suportar a diferença entre os campos magnéticos, por isso não há motivo para se preocupar com a AMAS.
— Quando os satélites passam pela região da AMAS eles podem entrar em stand-by (modo de espera) para que não sofram nenhum dano. É como um eletrodoméstico: se há uma oscilação no fornecimento de energia elétrica, o famoso ‘pico de luz’, recomenda-se que o aparelho seja desligado para que não queime. Quando a eletricidade é normalizada, ele volta a funcionar como antes. Da mesma forma, os satélites podem entrar em stand-by ao passar pela AMAS para que não sejam danificados — explicou na nota divulgada pelo MCTI.
O Observatório Nacional possuiu dois laboratórios para analisar o AMAS: Tatuoca, no Pará, e o centenário Vassouras, no interior do Rio de Janeiro.