O telescópio espacial James Webb, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), em órbita desde 25 de dezembro do ano passado, forneceu imagens excepcionais do universo neste ano. Com esses registros, a tecnologia possibilita a investigação e o estudo sobre a formação das galáxias e corpos celestes e fornece pistas sobre a própria origem da vida.
Os resultados do James Webb (JWST), localizado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, superam em muitos aspectos os do telescópio veterano Hubble, que permanece em funcionamento, mas sem a mesma precisão das lentes de seu jovem concorrente.
Graças ao seu lançamento de sucesso, o JWST deve operar durante pelo menos 20 anos, em vez dos dez anos previstos inicialmente.
Os instrumentos do Webb são mais eficazes e as lentes mais precisas e estáveis se comparados aos de outros telescópios espaciais. Graças a isso, as imagens obtidas são mais nítidas e com melhor qualidade.
Principais registros do James Webb
Nesse primeiro ano de operação do James Webb, a tecnologia gerou resultados que surpreenderam até mesmo a equipe envolvida na missão. Confira os principais registros obtidos:
Carina nebulosa
O James Webb registrou uma das nebulosas (nuvens de poeira espacial onde estrelas são formadas) mais brilhantes do céu. Na Carina nebulosa, ficam estrelas várias vezes maior que o Sol. Ela está a 7,5 mil anos-luz de distância da Terra.
WASP-96B
Os astrônomos da Nasa divulgaram o registro obtido com o James Webb da composição da atmosfera do exoplaneta (fora do sistema solar) WASP-96B, localizado a 1.150 anos-luz da Terra. A foto indica que há vapor de água na atmosfera.
Nebulosa de Anel do Sul
A tecnologia espacial produziu imagens de uma nebulosa planetária, ou seja, de uma nuvem de gás criada a partir do processo de morte de uma estrela. O telescópio foi capaz de registrar a presença de duas estrelas no centro da Nebulosa de Anel do Sul, algo que os cientistas sabiam, mas não tinham registrado até o momento. Ela fica a uma distância de 2 mil anos-luz da Terra.
Quinto de Stephan
O telescópio registrou um grupo de cinco galáxias que fica na constelação de Pegasus, a cerca de 290 milhões anos-luz da Terra
SMACS 0723
O James Webb conseguiu captar imagens da composição química de uma galáxia que está a 13,1 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
HD 84406
A primeira imagem de estrela captada com o James Webb foi da HD 84406, que fica na constelação de Ursa Maior , a 241 anos-luz de distância da Terra.
HIP 65426 b
O HIP 65426 foi o primeiro exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar) captado com o telescópio James Webb. Esse corpo celeste fica a 355 milhões de anos-luz de distância da Terra, tem idade estimada entre 15 e 20 milhões de anos e sua massa é de seis a 12 vezes a de Júpiter.
Júpiter
O telescópio espacial capturou algumas imagens inéditas de Júpiter e de sua lua. O planeta fica a 590 milhões de quilômetros da Terra.
Marte
Em 5 de setembro deste ano, o JWST capturou as primeiras imagens de Marte, planeta que está a 225 milhões de quilômetros da Terra. Com os registros foi possível obter dados sobre as características da superfície marciana e as diferenças de temperatura ao longo do corpo celeste.
Netuno
A tecnologia espacial registrou uma imagem do planeta e de sete de suas 14 luas conhecidas: Galatea, Naiad, Thalassa, Despina, Proteus, Larissa e Triton. Segundo os astrônomos, esse foi o registro mais nítido de Netuno em 30 anos.
2MASS J17554042+6551277
Durante teste de calibração fina, o telescópio conseguiu captar uma imagem em alta qualidade da estrela 2MASS J17554042+6551277, que fica a 2 mil anos-luz de distância da Terra
Nebulosa de Órion
A tecnologia espacial captou imagens da nebulosa localizada na constelação de Órion, a 1,3 mil anos-luz da Terra.
Pilares da Criação
O JWST registrou uma imagem do Pilares da Criação, em tons de azul, vermelho e cinza. Ele é um um aglomerado de poeira e gás, que fica no coração da Nebulosa de Águia, a 6,5 mil anos-luz de distância da Terra.