A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), divulgou nesta quarta-feira (19) mais uma imagem inédita obtida com o telescópio James Webb (JWST). Dessa vez, o equipamento espacial registrou os Pilares da Criação, uma das mais famosas estruturas da astronomia. Trata-se de um aglomerado de poeira e gás, que fica no coração da Nebulosa de Águia, a 6,5 mil anos-luz de distância da Terra, segundo informações da Nasa.
Esse aglomerado já havia sido fotografado por outros telescópios espaciais, como o Hubble. No entanto, de acordo com a equipe da Nasa, o James Webb conseguiu registrar detalhes nunca antes vistos e em alta qualidade.
A nova imagem obtida do aglomerado foi compartilhada nas redes sociais da Nasa nesta quarta-feira. "Ficou famoso pela primeira vez pelo telescópio Hubble, em 1995. O James Webb revisitou essa parte icônica da Nebulosa da Águia, revelando novos detalhes e estrelas escondidas", explicou a agência espacial.
No novo registro fotográfico obtido, é possível visualizar estrelas recém-formadas, que aparecem nas tonalidades rosa e vermelho, e um rastro deixado por poeira e gases dispersos no espaço. Com o James Webb, a quantidade de corpos celestes vistos ao redor da estrutura aumentou.
Como a imagem foi obtida
Para registrar o aglomerado, foi utilizada a câmera infravermelha do JWST, chamada NIRCam. Graças a essa tecnologia, é possível obter imagens em detalhes do universo que são captadas no comprimento de onda do infravermelho, imperceptível ao olho humano.
Depois que as imagens são obtidas, os pesquisadores utilizam computadores e programas para converter os dados em padrões de onda visíveis. A partir de um compilado de diversas fotografias que são combinadas, uma nova imagem é obtida, contando com retoques virtuais que dão destaque para determinados corpos celestes a partir de cores e aumento da escala dos objetos fotografados.
A Nasa enfatizou que apesar de parecer, por meio da visualização da imagem, que os Pilares da Criação são estruturas espaciais rochosas e rígidas, na verdade elas são muito permeáveis, já que são constituídas por gases estelares e poeira espacial.
A expectativa dos astrônomos é que com esses registros fotográficos possam ser obtidos dados que ajudem a explicar o surgimento do aglomerado, bem como o funcionamento de outras estruturas espaciais semelhantes.
A Nebulosa de Águia
A Nebulosa de Água, também chamada de M16, foi descoberta em 1745 pelo astrônomo suíço Jean-Phillipe Loys de Chéseaux.
A M16 é conhecida como berçário estelar por ser uma região do espaço propícia à formação de estrelas. Por conta disso, ela vem sendo objeto de estudo há alguns anos. Em 1995 e 2014 o telescópio Hubble capturou imagens dessa nebulosa.
De acordo com a Nasa, muitas estrelas recém-formadas, que ficam em torno da M16, têm apenas algumas centenas de milhares de anos, o que significa que ainda são muito jovens.