
A Agência Espacial Australiana (ASA) confirmou no sábado (30) que os detritos espaciais encontrados no início de julho nas montanhas de Nova Gales do Sul pertencem à espaçonave SpaceX Crew Dragon, fabricada e desenvolvida pela empresa de Elon Musk. As informações são do jornal britânico The Guardian.
Especialistas técnicos da ASA visitaram no sábado a região onde os detritos caíram para examinar a origem do lixo espacial. No local, vivem os criadores de ovelhas Mick Miners e Jock Wallace, que encontraram os destroços em suas fazendas e comunicaram o ocorrido.
"A agência confirmou que os destroços são de uma missão da SpaceX, e continua a se comunicar com nossos colegas nos EUA, bem como com outras partes da comunidade e autoridades locais", informou a ASA em nota oficial.
Um porta-voz da agência espacial pediu que se as pessoas que moram na região encontrarem outros destroços, não tentem recuperá-los ou manuseá-los. A orientação é que entrem em contato com a SpaceX ou com autoridades locais.
Brad Tucker, astrofísico da Universidade Nacional Australiana, já havia alertado a agência espacial que a localização dos detritos coincidia com o trajeto da espaçonave SpaceX Crew Dragon, que reentrou na atmosfera terrestre às 7h do dia 9 de julho. O veículo espacial foi lançado ao espaço pela empresa de Elon Musk em novembro de 2020.
Até o momento, foram localizados três destroços. O último foi encontrado mais distante dos outros, a oeste, próximo da cidade de Jindabyne, no sudeste de Nova Gales no Sul, na Austrália. De acordo com as autoridades, esses detritos são os maiores já encontrados no país desde 1979.
Segundo um porta-voz da ASA, a agência está seguindo o plano de reentrada de detritos espaciais do governo australiano, que descreve os papéis e responsabilidades das principais agências e comitês do país. Além disso, estão sendo discutidas a nível governamental algumas questões, como a possibilidade de a SpaceX realizar a coleta do material.
Se forem confirmados danos na região em decorrência dos destroços, a SpaceX será notificada para que assuma a responsabilidade e pague as devidas despesas. Segundo Tucker, o atual cenário aponta para a inexistência de estragos, mas isso só será confirmado após um estudo aprofundado.
Sem grandes danos
Quando os detritos atingiram o solo, eles poderiam gerar uma enorme cratera. Para Tucker, isso não ocorreu porque, quando a cápsula reentrou na atmosfera terrestre, ela perdeu a maior parte de sua velocidade em decorrência da absorção de grande quantidade de energia no trajeto. Isso fez com que parte do nave se quebrasse, o que diminuiu o impacto da queda.