Nesta terça-feira (12), a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) divulgou quatro novas imagens produzidas pelo telescópio James Webb. Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou a primeira delas, um registro infravermelho mais profundo e nítido do universo distante até hoje. A apresentação teve a participação dos cientistas que trabalham na observação dos cinco objetos.
Principais informações divulgadas na apresentação:
- Carina nebula: uma das nebulosas (nuvens de poeira espacial onde estrelas são formadas) mais brilhantes do céu. Nela ficam estrelas várias vezes maior que o Sol. Está a 7,5 mil anos-luz de distância da Terra. A apresentação comparou a observação feita pelo telescópio espacial Hubble com a do James Webb.
- WASP-96B : Foi divulgada a composição da atmosfera do exoplaneta (fora do sistema solar) WASP-96B, localizado a 1.150 anos-luz da Terra. O material indica que há vapor de água na atmosfera.
- Nebulosa de Anel do Sul: uma nebulosa planetária, uma nuvem de gás criada a partir do processo de morte de uma estrela. O telescópio foi capaz de registrar a presença de duas estrelas no centro da nebulosa, algo que os cientistas sabiam, mas não tinham registrado até o momento. Ela fica a uma distância de 2 mil anos-luz da Terra.
- Quinto de Stephan: grupo de cinco galáxias que fica na constelação de Pegasus, a cerca de 290 milhões anos-luz da Terra. Foram divulgadas duas imagens; em uma delas é possível vê-las de forma separada.
- SMACS 0723: primeira imagem científica do James Webb na segunda-feira. Nesta terça-feira, os cientistas deram detalhes sobre o objeto: divulgaram a composição química de uma galáxia visível no material que está a 13,1 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Veja como foi a live da divulgação do material:
James Webb
Localizado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, no chamado ponto L2, o James Webb Space Telescope (JWST) é fruto de uma parceria entre a Nasa e Agência Espacial Europeia (ESA). Ele tem como principal característica a captação de radiação infravermelha. A Nasa explica que, para realizar os estudos pretendidos, com “sensibilidade sem precedentes”, o observatório deverá ser mantido frio, livre das grandes fontes de interferência de infravermelho causadas por corpos celestes como o Sol, a Terra e a Lua.
Para bloquear as fontes de irradiação de infravermelho, o James Webb terá, consigo, um “grande escudo solar dobrável metalizado”, a ser aberto no espaço. Seu espelho tem cerca de 6,5 metros de diâmetro.
Para fazer a observação das áreas mais distantes, o telescópio terá ainda, em seus módulos, equipamentos sensíveis à radiação infravermelha: câmera, espectrógrafo e outros instrumentos para analisar o infravermelho emitido pelas fontes miradas por ele. Terá também um módulo responsável pelo transporte de dados coletados, além do telescópio ótico.
O nome escolhido para o novo telescópio espacial é uma homenagem a um antigo administrador da Nasa, James Edwin Webb. Ele liderou o programa Apollo, além de uma série de outras importantes missões espaciais.