Esta segunda-feira (11) entrou para a história da ciência e da astronomia. A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) divulgou a primeira imagem científica do James Webb, o supertelescópio enviado ao espaço no fim de 2021. Em evento de pré-visualização na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou o registro infravermelho mais profundo e nítido do universo distante até hoje.
O conjunto completo das primeiras imagens coloridas e dados espectroscópicos do James Webb serão divulgados durante uma transmissão nesta terça-feira (12), data originalmente prevista para a apresentação da foto divulgada hoje.
Conhecida como o Primeiro Campo Profundo de Webb, esta imagem do aglomerado de galáxias SMACS 0723 está repleta de detalhes. Milhares de galáxias – incluindo os objetos mais fracos já observados no infravermelho – apareceram na visão de Webb pela primeira vez. Esta fatia do vasto universo cobre um pedaço de céu aproximadamente do tamanho de um grão de areia mantido a distância de um braço por alguém no chão.
O telescópio
A missão espacial James Webb é fruto de uma parceria entre a Nasa, a Agência Espacial Canadense (CSA) e a Agência Espacial Europeia (ESA). O objetivo do projeto é que o telescópio consiga registrar imagens que permitam uma melhor compreensão sobre a origem do universo.
O telescópio foi lançado em 25 de dezembro do ano passado, após sete anos de atraso no lançamento devido a problemas técnicos e questões financeiras. Ao todo, foram gastos US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) com a tecnologia. Um dos diferenciais da tecnologia é que ela permite a observação em luz infravermelha, que é imperceptível ao olho humano.
O telescópio James Webb foi apontado para cinco alvos neste primeiro momento:
- Carina nebula: uma das nebulosas (nuvens de poeira espacial onde estrelas são formadas) mais brilhantes do céu. Nesta nebulosa ficam estrelas várias vezes maior que o Sol;
- WASP-96B (espectro): um exoplaneta composto de gás e que fica a 1.150 anos-luz da Terra;
- Nebulosa de Anel do Sul: uma nebulosa planetária, uma nebulosa de nuvem de gás, que fica ao redor de uma estrela morta. Ela fica a uma distância de 2.000 anos-luz da Terra;
- Quinto de Stephan: grupo de cinco galáxias que fica na constelação de Pegasus, a cerca de 290 milhões anos-luz da Terra;
- SMACS 0723: um cluster (agrupamento) de galáxias que distorce a luz de objetos por trás delas, permitindo uma visão profunda de galáxias extremamente distantes e fracas.