Um estudo publicado por uma pesquisadora da Cambridge University, no Reino Unido, na revista International Journal of Astrobiology, sugere que civilizações migratórias avançadas de extraterrestres podem usar planetas flutuantes (também chamados de órfãos) para viajar pelo espaço e, com isso, produzem emissões eletromagnéticas que seriam observáveis. Segundo a autora do estudo, Irina K. Romanovskaya, esses rastros deixados durante a migração podem ser utilizados como uma nova forma de identificar e encontrar vida inteligente no espaço.
Para Irina, o principal motivo de migração das civilizações extraterrestres seria o enfrentamento de ameaças à sua existência. Quando isso acontece, esses seres sairiam de seus planetas rumo a outro destino do espaço, mas antes, passariam por um planeta flutuante, que não está preso gravitacionalmente a estrelas. De acordo com a pesquisadora, o principal motivo que justificaria a escolha desse destino intermediário é que ele ofereceria recursos e proteção contra a radiação do espaço, principalmente no caso de grandes populações em migração, e possibilitaria o transporte para sistemas estelares.
A cientista considera que ao chegar nos planetas flutuantes, os extraterrestres conseguiriam repousar, explorar os recursos do local e, em seguida, passar livremente para sistemas estelares próximos. Além disso, essas populações poderiam aproveitar os objetos planetários ejetados durante a morte de estrelas como sistemas de propulsão e também utilizar assistência da gravidade para viajar pelas estrelas. O estudo leva em consideração que essas viagens poderiam ser realizadas com espaçonaves e tecnologias avançadas que provavelmente esses seres dispõem, mas faz a ressalva de que desse modo o trajeto para um sistema estelar mais próximo poderia levar centenas de anos e também exigiria uma grande quantidade de aeronaves ou estruturas gigantes para abrigar populações numerosas, o que não seria viável.
Segundo Romanovskaya, para encontrar vida inteligente fora da Terra seria preciso buscar as assinaturas tecnológicas deixadas pelos extraterrestres nos planetas flutuantes e nos seus arredores. Esses vestígios são constituídos por emissões eletromagnéticas que são produzidas por tecnologias alienígenas. Em alguns casos, a detecção desses sinais poderia indicar também a existência de uma civilização que está de passagem pelo sistema planetário. Apesar disso, a autora faz a ressalva que só identificar os vestígios não é o suficiente, sendo necessário também saber qual o planeta em que o sinal foi captado, para que assim, os cientistas não interpretem de forma equivocada as emissões.
Embora Irina reconheça que são pequenas as chances de existir planetas órfãos habitados por civilizações extraterrestres migratórias próximos da nossa galáxia, a pesquisadora sugere e incentiva a busca pelos vestígios no Sistema Solar e em sistemas planetários próximos.