Elon Musk, o bilionário fundador da Tesla e da SpaceX, desistiu de integrar o conselho de administração do Twitter, do qual é o acionista, anunciou no domingo (10) à noite o CEO da rede social, Parag Agrawal.
"A nomeação de Elon para o conselho deveria se tornar efetiva de maneira oficial em 9 de abril, mas Elon informou naquela manhã que não se uniria ao conselho", afirmou Agrawal em uma mensagem enviada aos funcionários do Twitter. "Eu acredito que é melhor", completou.
"Nós apreciamos e continuaremos apreciando a participação de nossos acionistas, estejam eles em nosso conselho ou não. Elon é nosso maior acionista e permaneceremos abertos a sua contribuição", acrescentou Agrawal.
Musk, o homem mais rico do mundo, anunciou no início de abril que adquiriu uma participação de 9,2% no capital do Twitter, o que o transforma no principal acionista da empresa.
Agrawal anunciou na terça-feira da semana passada que Musk entraria para o conselho de administração e o descreveu como "um fiel apaixonado e crítico intenso do serviço, que é exatamente o que precisamos".
E o próprio Musk tuitou que estava "ansioso para trabalhar com o conselho Parag e o conselho do Twitter para fazer melhorias significativas na rede nos próximos meses".
No anúncio no domingo, Agrawal compartilhou uma nota que enviou ao Twitter, na qual afirmava que a nomeação de Musk para o conselho estaria condicionada a uma verificação de antecedentes e que ele teria que agir no melhor interesse da empresa uma vez nomeado.
Polêmico
Em uma aparente reação à notícia, Musk tuitou um emoji sorridente, sem nenhum comentário.
Antes de virar acionista da empresa, Musk já era um usuário ativo do Twitter, rede social em que tem 80,5 milhões de seguidores e na qual mistura declarações incendiárias e comentários polêmicos sobre negócios ou outras personalidades.
Ele também enfrenta com frequência os reguladores federais da Bolsa de Valores, que adotaram medidas contra seu uso das redes sociais depois do fracasso da suposta tentativa de levar a Tesla à Bolsa em 2018.
De fato, Musk afirmou no documento enviado à agência reguladora da Bolsa que sua participação no Twitter seria "passiva", ou seja, não planejava influenciar nas grandes decisões estratégicas.
Mas ele seguiu com as provocações. Entre outras coisas, fez uma pesquisa em sua conta para perguntar se as pessoas gostariam de adicionar uma função para "modificar" os tuítes após a publicação. Quase 4,4 milhões de pessoas votaram e 73% responderam "sim".
A plataforma anunciou em seguida que deseja testar a função, solicitada há anos por milhões de pessoas.
No sábado, Musk também questionou se a rede social estava "morrendo", ao mencionar contas pouco ativas, apesar do elevado número de seguidores, como a do cantor Justin Bieber.
De acordo com o jornal Washington Post, vários funcionários do Twitter expressaram preocupações, ao considerar que os valores do homem mais rico do mundo não estariam de acordo com a cultura empresarial da rede social.