A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, em inglês) e a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) lançaram na terça-feira (1°), de Cabo Canaveral, na Flórida, o foguete Atlas V. A bordo está o satélite meteorológico geoestacionário Goes-T. A tecnologia é capaz de fenômenos climáticos antes que os seres humanos os percebam, como por exemplo, inundações e deslizamentos de terra em áreas costeiras.
O Goes-T já é o terceiro da série de satélites meteorológicos lançados pela NOAA. Quando ele estiver em órbita, passará a se chamar Goes-18 e monitorará o clima da costa oeste dos Estados Unidos e outras regiões como Alasca, América Central, Havaí, México e Oceano Pacífico.
O novo satélite é equipado com um conjunto de instrumentos que podem fornecer medições da atmosfera, mapear relâmpagos em tempo real e enviar imagens de ultra alta definição. Além disso, o Goes-T permitirá uma coleta contínua de dados, o que melhorará a previsão do tempo na Terra.
O Goes-18 juntamente com o Goes-16, lançado em 2016, serão capazes de monitorar de forma ativa mais da metade do globo, abrangendo desde a costa oeste da África até a Nova Zelândia. Além disso, o novo satélite também detectará as tempestades solares e fornecerá dados sobre o clima espacial, emitindo alertas antecipados de possíveis interrupções na rede elétrica da Terra.
Benefícios
A nova tecnologia lançada pela NOAA será capaz de monitorar os rios atmosféricos — fenômenos climáticos que podem causar inundações e deslizamentos de terra em áreas costeiras. A partir disso, serão emitidos alertas antecipados que podem minimizar os impactos.
O satélite também ajudará os meteorologistas a rastrear e monitorar em tempo real as tempestades tropicais e os furacões, a partir do fornecimento de dados sobre a estrutura e características desses fenômenos, a velocidade do vento e raios e a intensidade.
O Goes-18 será capaz ainda de rastrear o aumento da temperatura dos oceanos, o que permite o monitoramento das ondas de calor marinho, responsáveis pelo branqueamento de corais em massa e da alteração de ecossistemas marinhos.
Com relação aos incêndios florestais, o satélite poderá encontrar pontos quentes, detectar mudanças no comportamento do fogo e até prever seu movimento. Além disso, será capaz de estimar a intensidade, saída de fumaça e qualidade do ar. A tecnologia é tão precisa que permitirá também a identificação de relâmpagos que tenham maior probabilidade de causar incêndios e a detecção de nuvens do tipo pirocumulonimbus, que geralmente se formam em regiões sobre incêndios florestais.
A missão Goes
A NOAA é a responsável pela operação da missão Satélite Ambiental Operacional Geoestacionário (Goes, em inglês). Já a Nasa, funciona como uma parceira do programa e controla o projeto.
A missão se iniciou na década de 1970, a partir do lançamento de dois satélites experimentais (SMS-1 e SMS-2). Em 1975, cerca de 15 satélites do projeto estavam em órbita. Atualmente, apenas quatro seguem em atividades veiculadas ao programa. Alguns satélites desvinculados continuam em órbita, mas operam somente na comunicação e são utilizados pelos países insulares do Oceano Pacífico.
Os satélites da missão Goes são equipados com instrumentos sensores que são utilizados para fins meteorológicos. A tecnologia é capaz de coletar dados de campos magnéticos e da estrutura atmosférica. Além disso, eles levam a bordo um sensor imageador que opera em 16 bandas espectrais, indo das faixas do visível ao infravermelho.
Satélites anteriores
Em 19 de novembro de 2016 a NOAA, em parceria com a Nasa, lançava o primeiro satélite meteorológico da nova geração, o Goes-16, que viria a substituir o Goes-14 — desativado em janeiro de 2020. Durante a fase experimental, ele ficou posicionado sobre a Linha do Equador, na chamada órbita geoestacionária. Em seguida, migrou para uma região próxima ao Rio Amazonas.
Em 18 de dezembro de 2017 o Goes-16 foi considerado operacional. Com isso, passou a monitorar fenômenos meteorológicos na América do Sul, Central e do Norte. No Brasil, a captura de imagens é feita a cada 15 minutos em 16 canais diferentes.
O Goes-17 foi lançado em 1° de março de 2018 para substituir o Goes- 15. Ele atingiu a órbita geoestacionária em 12 de março. Em maio do mesmo ano, um problema envolvendo o instrumento principal — o Advanced Baseline Imager — foi identificado, o que causou um atraso na fase operacional.
Em 12 de fevereiro de 2019, após o conserto do instrumento principal, o Goes-17 começou a operar, ficando conhecido como Goes-West.