Um complexo denominado "cabo de guerra" pela Nasa forma auroras luminosas na atmosfera superior de Júpiter, segundo estudo do Journal of Geophysical Research: Space Physics, publicado em 5 de janeiro. A pesquisa foi baseada em uma combinação de dados da sonda Juno e do Telescópio Espacial Hubble.
O artigo científico explica o ciclo atual do maior planeta do Sistema Solar. A rotação impulsiona e acelera a liberação de enxofre e oxigênio de vulcões em Io, uma das luas de Júpiter. Segundo a pesquisa, há evidências de que as auroras estão associadas a um sistema de corrente elétrica em atrito com a região da magnetosfera, grande campo magnético do planeta, que controla o movimento das partículas carregadas e criam o "cabo de guerra".
Essas informações também são frutos do estudo da Investigação de Campo Magnético (MAG) de Juno, realizada pela Escola de Física e Astronomia da Universidade de Leicester, na Inglaterra. A sonda mede o campo magnético do planeta a partir da órbita ao seu redor, e observações do Espectrógrafo de Imagem do Hubble.
O principal investigador da missão Juno, Cott Bolton, envolvido no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, compara as auroras luminosas de Júpiter com as combinações de dados nas pesquisas realizadas na Terra:
— Esses resultados emocionantes sobre como acontecem as auroras de Júpiter são uma prova do poder de combinar observações baseadas na Terra, do Hubble e medições de Juno. As imagens do telescópio espacial fornecem a visão geral ampla, enquanto a sonda espacial investiga de perto — disse.
Mesmo sendo 11 vezes maior que o diâmetro da Terra, Júpiter completa uma volta ao redor de si mesmo a cada nove horas e meia, em função das poderosas auroras e correntes elétricas.
— É emocionante descobrir essa relação porque não só nos ajuda a entender como o campo magnético de Júpiter funciona, mas também os de planetas que orbitam outras estrelas, para as quais já usamos as mesmas teorias, e agora com confiança renovada — afirma Jonathan Nichols, autor correspondente do estudo da MAG.