As agências espaciais norte-americana (Nasa) e europeia (ESA) conseguiram registrar a maior erupção solar já observada. O fenômeno aconteceu em 15 de fevereiro e se estendeu por milhões de quilômetros no espaço.
A imagem foi capturada pelo FSI — Full Sun Imager, em inglês, e Criador de Imagens do Sol, em português — do Extreme Ultraviolet Imager (Imageador Ultravioleta Extremo, em tradução livre), que está a bordo da espaçonave Solar Orbiter, da ESA. O dispositivo foi projetado para capturar o disco solar completo mesmo durante passagens próximos ao Sol.
De acordo com a ESA, o FSI consegue capturar detalhes impressionantes de fenômenos espaciais que estejam a cerca de 3,5 milhões de quilômetros, o que equivale a cinco vezes o raio do Sol. Entre os registros estão as protuberâncias solares, que são como grandes estruturas de linhas de campo magnético emaranhadas que mantém densas concentrações de plasma solar suspensas acima da superfície do Sol.
Há outras tecnologias capazes de capturar e detectar a atividade solar, como o satélite ESA/Nasa Soho. No entanto ele, assim como outros telescópios espaciais, é incapaz de produzir imagens detalhadas da coroa solar ou da camada mais externa do Sol.
Segundo os pesquisadores das agências espaciais, as imagens registradas são muito importantes para compreender como os fenômenos ocorrem. Além disso, com o Sol ficando mais ativo —ele iniciou um ciclo de 11 anos em 2019 —a previsão para que atinja sua atividade solar máxima é na metade de 2025. Com isso, se faz ainda mais necessário entender o comportamento da estrela e de suas erupções, podendo, assim, prever e minimizar alguns impactos.
As erupções solares
As proeminências solares estão associadas de modo geral a erupções de massa coronal do Sol. Elas são explosões extremamente energéticas de luz, material e energia solar.
Quando as erupções de massa coronal estão direcionadas e próximas à Terra, elas podem causar danos às tecnologias dependentes de satélites e impactar a rede elétrica. Por outro lado, quando estão afastadas do planeta, formam as auroras boreais e austrais.
Próximos passos
Na próxima semana, as sondas espaciais Solar Orbiter, da ESA, e a Parker Solar Probe, da Nasa, realizarão observações conjuntas, enquanto a Parker fará sua próxima passagem pelo Sol.
No ano passado, a Parker se tornou a primeira sonda a conseguir viajar para a camada mais externa da atmosfera solar, região conhecida como coroa. Ela ficou a 13 milhões de quilômetros de distância do centro do Sol quando cruzou pela primeira vez a camada mais externa da estrela.