Uma equipe de cientistas da Universidade de Nova York, da Universidade de Witwatersrand e 15 outras instituições anunciaram a descoberta de vértebras fósseis de um "antigo parente humano", datadas de dois milhões de anos. A espécie em questão se trata do Australopithecus sediba. A descoberta foi publicada na quarta-feira (23) no periódico científico eLife.
Os pesquisadores estudaram ossos lombares da parte inferior das costas de uma fêmea de hominídeo, descobertos em 2015 na África do Sul. Porções de outras vértebras da mesma fêmea, juntamente com vértebras previamente descobertas, formaram uma das espinhas dorsais mais completas já descobertas no registro dos primeiros hominídeos. O resultado indica que esse antigo parente humano caminhou e escalou.
As vértebras descritas no estudo foram recuperadas em uma rocha, semelhante a um cimento. Assim, para não danificar os fósseis, eles foram escaneados. Os pesquisadores apelidaram o esqueleto feminino de "Issa". A descoberta também estabeleceu que, assim como os humanos, a espécie tinha apenas cinco vértebras lombares.
De acordo com os pesquisadores, a região lombar é fundamental para a compreensão da natureza do bipedalismo nos ancestrais humanos. A descoberta significa que Issa agora se torna um dos dois primeiros esqueletos de hominídeos a preservar tanto a parte inferior da coluna quanto a dentição do mesmo indivíduo.
"Embora Issa já fosse um dos esqueletos mais completos de um hominídeo antigo já descoberto, essas vértebras praticamente completam a parte inferior das costas e fazem da região lombar de Issa uma candidata não apenas para a região lombar hominídea mais bem preservada já descoberta, mas também provavelmente o (esqueleto) melhor preservado", afirmou o professor Lee Berger, que é autor do estudo, em nota divulgada pelo eLife.
O estudo conclui que o Australopithecus sediba é como se fosse uma transição de espécie. A sua coluna tem uma forma intermediária entre as dos humanos modernos e os grandes macacos. "Issa caminhava como um humano, mas podia escalar como um macaco", descreveu Berger.