O Rio Grande do Sul registrou, em uma mesma noite, algo raro: a explosão de dois meteoros em um intervalo de 30 minutos. O registro foi feito pelo Observatório Espacial Heller&Jung, que fica em Taquara, no Vale do Paranhana, nesta quarta-feira (21).
Carlo Jung, diretor do observatório, conta que é bastante incomum uma mesma região registrar duas explosões:
— Pode acontecer, mas é raro. Essa, por exemplo, foi a primeira vez que conseguimos fazer captura de fenômeno deste tipo.
O meteoro da chuva xi2 Capricornids explodiu sobre o oceano, às 22h48min, a leste da costa gaúcha. Ele ingressou na atmosfera a 98,7 quilômetros de altitude e foi extinto pela explosão sobre o oceano a 69,7 quilômetros. Sua magnitude foi de -1.8 e todo o evento teve duração de 0,96 segundo.
Já o segundo fenômeno, teve magnitude de -7.5 e é oriundo da chuva de meteoros tau Capricornids, que ingressou na atmosfera da Terra a uma altitude de 91,6 quilômetros e explodiu a uma altitude de 69,7 quilômetros sobre o Noroeste do Estado. O meteoro iluminou essa região do Rio Grande do Sul às 23h21min e sua aparição teve duração de 1,2 segundo.
Jung explica que magnitude, ou seja, o brilho de cada objeto devido ao atrito com a atmosfera, está ligada ao tamanho do meteoroide que entra na Terra.
— Ao iniciar o deslocamento, o meteoroide recebe o nome de meteoro. A partir daí, criou-se uma escala. Quanto mais negativa ela for, maior o brilho que representa. Assim um meteoro para ser considerado fireball deve possuir uma magnitude de igual ou superior a -4. Neste caso, um dos meteoros teve uma magnitude de -7.5 — diz.
O diretor do Observatório Heller & Jung pontua que, nas últimas duas semanas, estão sendo registrados vários meteoros com alta magnitude no Brasil:
— São meteoros grandes. Não se sabe ainda o que está ocorrendo. Estamos analisando e estudando o motivo dessas ocorrências.