O céu do Rio Grande do Sul foi mais uma vez riscado na madrugada passada por um meteoro em chamas. O evento, ocorrido às 02h24min deste domingo (13), também foi observado de Santa Catarina.
Diferentemente dos eventos mais comuns de quedas de meteoro, o da noite passada chamou a atenção pela sua longa duração.
– Eventos semelhantes costumam durar entre um e dois segundos. Esse, em razão do ângulo com que o meteoro ingressou na atmosfera terrestre, pode ser observado por mais de quatro segundos – compara Carlos Fernando Jung, diretor científico da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) e proprietário do Observatório Espacial Heller & Jung, de Taquara, cujas câmeras registraram o acontecimento.
Conforme explica Jung, quanto mais vertical for a queda, maior é o atrito e mais rápido os meteoros se desfazem ao adentrar a atmosfera terrestre. No caso do meteoro que iluminou o Rio Grande do Sul na noite passada, sua inclinação fez com que o meteoro caísse praticamente de lado, permitindo que a sua longa extinção fosse visível por 4,39 segundos, mesmo sendo de pequenas dimensões: provavelmente inferior a 50 centímetros de diâmetro.
O meteoro ingressou na atmosfera a uma altitude de 92,52 quilômetros e foi extinto a 64,19 quilômetros fazendo uma trajetória de sul a norte e se desfazendo sobre a região de Santa Maria, região central do Estado.
No último dia 4, noite seguinte ao feriado de Corpus Christi, Tramandaí havia registrado um evento parecido. Mas, na ocasião, a queda chamou mais atenção pela magnitude (brilho), de -12.5, equivalente ao brilho da lua cheia. O meteoro da noite passada foi quatro vezes menos brilhante (-3,19). Outra diferença é que o meteoro de Corpus Christi explodiu ao final da trajetória (sendo classificado como "bólido"), enquanto o da noite passada foi se desfazendo até a extinção (classificado como "fireball").
Em outubro de 2020, outra queda chamou a atenção, na região de Vacaria. Na ocasião, o meteoro tinha 174 centímetros de diâmetro e pesava nove toneladas, o maior avistado no Estado desde 2016. Por ter diâmetro superior a um metro, a rocha espacial sequer pode ser chamada de metereoide – nome dos meteoros quando eles ainda estão vagando no espaço – e sim de asteroide.