A queda de um meteoro de grande magnitude foi registrada no Rio Grande do Sul na madrugada desta quinta-feira (1°). De acordo com o Observatório Espacial Heller & Jung, localizado em Taquara, foi o maior meteoro já registrado no Estado desde que o observatório começou a atuar em 2016.
A explosão do meteoro ocorreu à 1h09min sobre a região de Caxias do Sul, na Serra. Segundo Carlos Fernando Jung, proprietário do observatório e diretor científico da região Sul da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), o meteoro entrou na atmosfera a uma altitude de 100 km, com queda a aproximadamente 114,9 km de Taquara, sem tocar o solo. Sua luminosidade foi superior à lua.
O tamanho do meteoro ainda deve ser analisado, assim como sua velocidade, mas, de acordo com dados da Heller & Jung, cujo sistema cobre todo o Rio Grande do Sul, Uruguai, parte da Argentina, parte do Paraguai, Santa Catarina, Paraná e início de São Paulo, é a primeira vez que se registra um fenômeno de tamanha magnitude.
— Estamos tentando traçar melhor o deslocamento dele. Mas posso garantir que foi o maior meteoro registrado no Estado, em tamanho e em magnitude, desde 2016. Até Santa Catarina e Paraná, porque meu sistema cobre a região Sul — ressalta Jung.
O meteoro que caiu no Estado foi um bólido, fragmento com magnitude igual ou superior a -4 e que, no final, explode. Já o fireball é todo meteoro com magnitude igual ou superior a -4, mas que não explode no final. Segundo Jung, o número 0 é o ponto referencial na escala, e números negativos indicam um brilho maior do meteoro.
Ele também diz que quedas de meteoros são fenômenos comuns, que ocorrem diariamente. De janeiro até início de outubro, por exemplo, a Heller & Jung já registrou mais de 11 mil meteoros de baixa magnitude na área de cobertura do observatório. E é natural que, com a queda, pessoas que avistaram o fenômeno tenham a sensação de explosão ou de tremores. Mas não houve relatos de danos até o momento.
— Em função da onda de choque que ele produz, há sensação de explosão. Quando ocorre isso, o meteoro possivelmente deixou resquícios, produzindo meteoritos no solo — diz Jung.