Celebrado anualmente em 15 de março, o Dia do Consumidor é marcado por uma onda de promoções e decorrente aumento das vendas no comércio de eletrônicos, eletrodomésticos, roupas e brinquedos. Neste ano, devido à pandemia de coronavírus e às restrições impostas pela bandeira preta em todas as regiões do Rio Grande do Sul, as compras devem se concentrar na internet tanto na segunda-feira (15) quanto no decorrer da semana — considerando que algumas lojas prometem proporcionar descontos durante vários dias.
No entanto, para aproveitar a data com segurança, é preciso ter cuidado na hora de escolher o site em que você irá efetuar a compra, bem como as informações pessoais fornecidas para finalizá-la, a fim de evitar futuras complicações como, por exemplo, o vazamento do número do seu cartão de crédito. Confira, abaixo, 10 dicas para proteger seus dados em compras pela internet:
1. Pesquise sobre a loja antes da compra
De acordo com o advogado e professor de Direito Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Fabiano Menke, é importante pesquisar com antecedência sobre a reputação das lojas que fornecem o produto do seu interesse:
— O consumidor deve verificar na internet, de maneira geral, a experiência de outras pessoas com aquela empresa, deve procurar se informar também sobre o produto específico. Esse é o maior investimento de tempo que o consumidor faz antes de tomar uma decisão de compra.
2. Prefira sites conhecidos
A preferência dos consumidores deve ser por sites conhecidos e que não gerem desconfiança, considerando que muitas vezes as páginas podem ser falsas. Por isso, é essencial verificar se o endereço do site, o nome da loja e demais informações, como CNPJ e razão social, estão corretos.
Também é preciso cuidar se na URL onde fica o endereço da página há um cadeado fechado. Cristina Moreira Nunes, professora de redes de computadores da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), explica que, se o cadeado não estiver fechado, os dados digitados no site estão passando pela rede sem serem criptografados e pode ter alguém pegando essas informações.
— O cadeado tem que estar fechado, isso significa que é um site seguro. Não significa que é da loja correta, mas que é seguro em termos de criptografia das informações que vão passar pela rede — afirma.
3. Cuidado com os links que chegam por e-mail
Ainda em relação a sites, é necessário estar atento aos links que chegam por e-mail. É comum que os consumidores recebam mensagens com promoções e cliquem nos links indicados, mas essa atitude também pode ser arriscada, pois pode direcionar para uma página falsa.
4. Não salve os dados do cartão de crédito
Para Cristina, o pagamento com cartão de crédito é seguro desde que o site tenha o cadeado fechado. Além disso, não é recomendado armazenar os dados do cartão de crédito em nenhum site, pois, ao fazer isso, você permite que as informações fiquem na base de dados da loja, e pode haver vazamentos:
— Vale mais a pena perder tempo digitando, mesmo que seja um site que tu compres regularmente, do que salvar os dados lá, devido ao vazamento de informações que pode acabar acontecendo. A gente nunca está 100% seguro.
No caso de desconfiar da página, a professor indica optar pelo pagamento em boleto, que não exige nenhum outro dado. Ela também salienta que os sites conseguem completar a compra sem a senha do cartão do consumidor, ou seja, não é uma informação essencial que deva ou possa ser solicitada.
5. Não use dispositivos de outras pessoas
Não se deve utilizar computadores ou celulares de outras pessoas, nem mesmo da empresa, para fazer compras online. Você pode esquecer a conta do site aberta e qualquer outra pessoa que utilizar o dispositivo poderá acessá-la e obter seus dados pessoais.
6. Evite utilizar conexões públicas
Também é recomendado evitar comprar pela internet utilizando conexões wi-fi abertas. Se você não tiver como acionar os dados móveis, espere chegar em casa para usar uma rede de confiança e mais segura.
7. Crie senhas fortes
As senhas fortes são grandes aliadas nas compras online, pois são mais seguras e mais difíceis de serem quebradas. Cristina orienta utilizar senhas que tenham letras minúsculas, maiúsculas e até mesmo caracteres especiais – permitidos por alguns sites.
— Sempre digo para meus alunos pensarem em uma frase e pegarem a primeira letra de cada palavra daquela frase. Aí a pessoa lembra da senha, mas ela é superdifícil de quebrar porque quase não vai ter vogais, vai ter mais consoantes. E quanto maior a senha, mais difícil será de quebrar — comenta.
Nomes de pessoas, datas de nascimento e palavras de dicionários não são indicadas para senhas, pois são consideradas fáceis. Além disso, é importante não utilizar a mesma senha para todas suas contas.
8. Prefira o cartão de crédito virtual
Alguns bancos fornecem atualmente o cartão de crédito virtual, cujo número será utilizando somente para uma compra. A professora explica que, ao tentar fazer uma nova compra, o número do cartão não será mais válido, o que proporciona muita segurança, mesmo que os dados fiquem salvos no site.
9. Leia a política de privacidade
A maioria dos sites conta com documentos chamados termos de uso e política de privacidade, que devem ser lidos pelos consumidores antes das compras, alerta Fabiano Menke. Nesses documentos, é possível saber como o fornecedor trata seus dados pessoais e o que ele coleta durante o acesso. É importante dar preferência para os sites que coletam o menor número de informações.
10. Forneça apenas dados obrigatórios
O professor salienta também que alguns sites permitem que o consumidor decida quais informações ele irá preencher. Por isso, é essencial estar atento e preencher somente os dados obrigatórios para concluir a compra.