Nesta terça-feira, os esperados Pixel e Pixel XL, os novos smartphones do Google, foram anunciados em evento em San Francisco, na Califórnia. Com esse lançamento, a gigante mostra que para continuar investindo em inteligência artificial precisa desenvolver o seu próprio hardware, compatível e integrado com o software – uma máxima que sempre consagrou a Apple, que pode sentir-se diretamente desafiada no mercado de celulares. No dia 20 de outubro, os smartphones já estarão à venda nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália. Não há data certa para o lançamento no Brasil.
Falando de tamanho: o Pixel tem uma tela de cinco polegadas (um pouco menor do que o iPhone 7) e o Pixel XL, de 5,5 polegadas, com o mesmo tamanho que o iPhone 7 Plus. Ambos disponíveis com memória de 32GB e 128GB. As três cores anunciadas foram Very Silver (algo como "Muito Prateado"), Quite Black ("Bastante Preto") e o Really Blue ("Muito Azul", em tradução livre), disponível apenas nos EUA e com unidades limitadas. Não é preciso nem dizer que o nome dado aos tons foi um dos principais motivos de piada no Twitter. O Pixel será vendido por US$ 649 e o Pixel XL por US$ 769.
No evento #madebygoogle, a integração da assistente virtual ao smartphone foi um dos recursos mais valorizados pelos executivos da empresa. Uma simulação de uso foi feita no Pixel para mostrar como os produtos do Google Inc. estão integrados para "trabalhar da melhor forma para o usuário", como a empresa gosta de dizer. Em minutos, sem precisar digitar, foi feita uma reserva em um restaurante, que de acordo com o Maps, estava a cerca de alguns quilômetros do local onde o usuário estava.
Sundar Pichai, o presidente do Google Inc., anunciou logo no começo da apresentação que o Knowledge Graph já guarda mais de 70 bilhões de fatos sobre pessoas, lugares e coisas usando imagens e reconhecimento de voz. O Knowledge Graph é uma gigante base de dados que com inteligência semântica que organiza as informações para dar melhores resultados nas buscas. Aquelas informações que já aparecem na tela quando você pergunta quanto é 1 +1 e o Google já te mostra o resultado. Isso, unindo-se a um grande investimento em inteligência artificial, seriam as armas para que a Google Assistente seja mais completa e personalizada para cada usuário.
Em setembro o Google já mostrou o que viria por aí com o lançamento do Allo, um aplicativo de mensagens instantâneas com a assistente virtual já integrada. Com esse recurso, é possível fazer perguntas, buscas e pedidos para o sistema inteligente em formato de bate-papo, no meio das conversas com um amigo. Por exemplo, se vocês estiverem fazendo planos para saírem, no meio do papo, daria para perguntar qual seria o melhor trajeto ou como estaria o clima para ajudar os dois na programação.
Certos recursos foram anunciados de maneira clara para cutucar a Apple. A bateria é uma delas – de acordo com a empresa, com uma carga de 15 minutos é possível voltar a usar o smartphone por mais sete horas. E enquanto a Apple, no último evento de 7 de setembro, quando lançou o iPhone 7 e 7 Plus, quis se projetar como a melhor marca para fotografia de smartphones, o Google anunciou que o Pixel seria, na verdade, o celular com melhor qualidade fotográfica. A estabilização de imagem seria a mais avançada do mercado e o tempo de captura de imagem (que inclui abrir a câmera e clicar) seria a mais rápida entre qualquer smartphone. Em ambos, no Pixel e no Pixel XL, a câmera é de 12.3 megapixels, e a câmera frontal, de 8 megapixels.
Quem lembra daquele comercial que mostrava atores em diversas situações tentando tirar uma foto com o celular e não podiam – por que o armazenamento estava cheio? Se o Google já estava batendo nessa tecla com campanhas, já era esperado que seu primeiro smartphone tivesse integração com o Google Photos. O espaço disponível para guardar fotos e vídeos será gratuito e ilimitado para os usuários do Pixel e do Pixel XL, anunciou a empresa. O que também é uma diferença da Apple, que cobra dos seus usuários por mais espaço do iCloud.
Além disso, a atualização de software deve acontecer sempre "no fundo", sem precisar esperar ou ter de assistir a barras de progresso carregando na sua tela.
Daydream: do papelão ao tecido
Além dos lançamentos do Google Home (para integrar e conectar os objetos da casa), o ChromeCast Ultra ( a última versão do aparelho de streaming) e do Google WiFi (um roteador de internet sem fio), a empresa também anunciou o DayDream, um óculos de realidade virtual todo revestido em tecido e compatível com o Pixel. O valor nos EUA foi anunciado em US$ 79, um preço competitivo em comparação a outros aparelhos do mercado.
Depois do óculos Cardboard – de papelão – esse foi a verdadeira estreia da marca no campo da realidade virtual para dispositivos móveis.