
Quatro pessoas foram condenadas na noite desta sexta-feira (28) pela tentativa de assassinato da cabeleireira Návia Regina Christan. O crime aconteceu em Tramandaí, no Litoral Norte, em 2017.
Entre os condenados estão a irmã e o cunhado da vítima, apontados como mandantes do crime. O julgamento durou dois dias no Salão do Júri da Comarca de Tramandaí.
Silvana Cristan, irmã da vítima, e Joares Antonio Pellinson, cunhado de Návia, foram condenados por tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa.
A mulher foi sentenciada a 18 anos de reclusão em regime fechado. Por questões de saúde, foi concedida a prisão domiciliar dela. Já o homem deverá cumprir 16 anos também em regime fechado.
A dupla teria arquitetado a morte da vítima, pois acreditava que a cabeleireira queria prejudicá-los financeiramente.
Além deles, Rosane de Lima Araújo e Ismael Luiz Santos Soares foram considerados culpados pela tentativa de assassinato com as qualificadoras: mediante pagamento ou promessa de recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima. Eles seriam a intermediadora e o executor do crime.
Rosane, que já se encontra recolhida no sistema prisional, cumprirá 11 anos, 10 meses e sete dias de reclusão em regime fechado. Ismael, foi sentenciado a 17 anos, nove meses e 10 dias de reclusão em regime fechado.
Cabe recurso da decisão.

O crime
A vítima, de 46 anos, era proprietária de um salão de beleza localizado na Rua João Pessoa, no centro de Tramandaí, e conhecida como "Maninha".
Na tentativa de homicídio, um homem teria invadido a residência dela, em 26 de novembro de 2017, e efetuado três disparos. Os tiros falharam, mas um quarto disparo teria atingido o rosto de Návia. Apesar de ter sido socorrida, os ferimentos causaram perda de visão e de audição na vítima.
Conforme a denúncia feita pelo Ministério Público, a irmã da vítima — que também era dona do negócio — e o cunhado foram os mandantes do crime. Eles teriam arquitetado a morte da vítima, pois acreditavam que ela queria prejudicá-los financeiramente.
O casal teria contatado uma manicure e oferecido dinheiro para que a mulher intermediasse a contratação de um executor, o que foi consolidado.
Assassinato em 2018
No ano seguinte à tentativa de assassinato, Maninha foi morta com três tiros dentro do salão de beleza que era proprietária. O caso aconteceu em 5 de novembro de 2018.
Pelo assassinato consumado, a irmã e o cunhado respondem em outro processo criminal e deverão ser julgados em outro júri, ainda sem data definida. Dois homens acusados de executar o crime já foram julgados e condenados em 2022.