O diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Gilberto Barichello, comentou a demissão por justa causa de 11 médicos suspeitos de fraudar o ponto no Hospital Conceição, na zona norte de Porto Alegre. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (14), ele afirmou que todos as denúncias são rigorosamente apuradas por uma corregedoria interna criada em 2024 para investigar casos de má conduta entre os funcionários.
— Nós não vamos compactuar com a impunidade, o Estado não pode patrocinar impunidade. Todas as denúncias que chegam são rigorosamente apuradas pela corregedoria e se há indícios, abre-se uma investigação — declarou.
De acordo com Barichello, 43 processos estão em apuração na corregedoria, a maior parte deles por questões de jornada de trabalho. Em 2024, foram 20 casos envolvendo fraude no registro do ponto, que resultaram na demissão dos 11 médicos. Também são investigados casos de assédio moral, assédio sexual, injúria racial e peculato.
O diretor-presidente disse ainda que todos os processos administrativos dos médicos demitidos já foram concluídos e que todos os recursos foram negados.
— Administrativamente, eles estão demitidos. Nós vamos encaminhar ao Ministério Público para representação penal e também vamos buscar a devolução dos recursos públicos que eles receberam não estando no trabalho — afirmou Barichello.
Assista à entrevista na íntegra
Quem são os médicos indiciados
Os profissionais eram concursados e recebiam salários entre R$ 14 mil e R$ 31 mil.
- Airton Golbert
- Egídio Picetti
- Fernando Starosta de Waldemar
- Joel Alex Longui
- Marcelo Blochtein Golbert
- Marcus Vinicius Silveira Osório
- Rafael de Nogueira Ribeiro
- Ruy Takashi Koshimizu
- Simone Thais Terracciano
- Vinicius Silva Lima
- Cassiano Innocente
O que disseram Paulo Fayet, Cássio de Assis e Bóris de Assis, advogados de Airton Golbert, Egídio Picetti e Marcelo Blochtein Golbert:
"A defesa tem convicção da inocência dos seus clientes, e não vai adentrar em pormenores da prova, em respeito ao sigilo do regulamento de procedimentos correcionais do Hospital."
O que diz Gabriela Ruschel de Lia Pires, advogada de Fernando Starosta de Waldemar e Marcus Vinicius Silveira Osório:
"Não vamos nos manifestar no momento."
O que disseram Ricardo Cunha Martins e Gerson Borges, advogados de Joel Alex Longui:
"Estranhamos essa decisão pela demissão, pois é contrária ao parecer interno da instituição. Dr Joel tinha banco de horas, compensação de horários. Vamos recorrer."
O que disseram Alexandre Wunderlich e Alexandre Curvelo, advogados de Vinicius Silva Lima:
"A demissão é ilegal e arbitrária, que não há comprovação de fatos que desabonem a conduta profissional, o que enseja a busca de amparo no Poder Judiciário."
As defesas dos demais médicos não se manifestou a respeito.