Os resultados da exumação do corpo de Paulo Luiz dos Anjos devem ser concluídos entre sete a 10 dias. Ele é sogro da mulher suspeita de ter envenenado o bolo que matou três pessoas da mesma família em Torres. A previsão foi dada pelo secretário estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, em entrevista na tarde desta terça-feira (7) ao Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha.
A Polícia Civil suspeita que o homem, que morreu em setembro, também tenha sido vítima de envenenamento, assim como a sua esposa, Zeli dos Anjos, e os demais familiares vítimas do caso do bolo envenenado com arsênio, em dezembro.
Em depoimento à polícia, Deise Moura dos Anjos, nora de Paulo e Zeli, afirma que levou bananas e leite em pó para a casa dos sogros antes deles passarem mal. O homem, morreu dois dias depois por intoxicação alimentar. Ele teve crises de vômito, diarreia e sangramentos estomacais.
Segundo uma testemunha, Zeli se recusou a levar as bananas para exames em laboratório, o que teria sido sugerido pela irmã Maida, alegando que o problema seria a água do poço.
Deise foi presa no domingo (5) suspeita de ter envenenado o bolo consumido pela família em Torres e permanecerá detida por 30 dias.
Ela já foi ouvida mais de uma vez pela polícia. Segundo Caron, provas técnicas colhidas pela investigação apontam para a autoria de Deise, que segue negando seu envolvimento no crime.
— Quanto mais ela mentir, pior. Pode ter outra oitiva, porque pela prova técnica nós vamos descobrir tudo — ressalta.
O secretário afirmou também que já foram apreendidos oito celulares até o momento. Os aparelhos são da suspeita e de familiares. Ele prevê que os resultados dessas análises também sejam concluídos de sete a 10 dias.
Caron reiterou ainda que Deise permanece como a única suspeita para a polícia e que ela agiu sozinha. Segundo ele, não há nenhum indício, até então, de que outra pessoa sabia da intenção dela ou que possa ter ajudado ou facilitado o crime.
Entenda o caso
Seis pessoas da mesma família passaram mal e precisaram procurar atendimento médico em 23 de dezembro após consumirem o bolo, que continha arsênio, conforme análise da perícia da Polícia Civil.
Três delas morreram: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, filha de Neuza.
Zeli, responsável por fazer o bolo, permanece hospitalizada. Ela deixou a UTI na manhã de segunda-feira, de acordo com o boletim médico.
Um menino de 10 anos, neto de Neuza e filho de Tatiana, também ficou hospitalizado vários dias, mas já está em casa.
Uma sexta vítima, um homem da família, foi liberado após atendimento médico.
