O médico João Batista do Couto Neto, investigado por mortes e lesões em pacientes, deixou o sistema prisional na noite de quinta-feira (31). Ele estava preso desde 10 de setembro, quando teve a prisão preventiva decretada pela Vara do Júri de Novo Hamburgo por descumprimento de medidas cautelares.
Conforme o advogado do médico, Brunno de Lia Pires, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça reconheceu que Couto Neto não havia descumprido as medidas e deferiu o habeas corpus por volta das 18h de quinta.
O cirurgião é suspeito de causar a morte de 42 pacientes e lesões em outros 114, e foi indiciado em ao menos três inquéritos por homicídio doloso (quando há intenção de matar) em três inquéritos pela Polícia Civil em Novo Hamburgo. O caso foi revelado em dezembro de 2022.
O médico está com o registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) suspenso por ordem judicial e não pode realizar cirurgias, nem atender. Em dezembro do ano passado, ele chegou a ser preso no interior de São Paulo, enquanto atendia em um hospital após obter registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo, mas conseguiu liberdade provisória dias depois.
Indiciamentos
De acordo com o titular da 1ª DP de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach, os três primeiros indiciamentos são decorrentes de apurações envolvendo a morte de dois homens e de uma mulher.
Ainda de acordo com Tarcísio, a finalização de novos inquéritos contra Couto depende de laudos a serem enviados pelo Departamento Médico Legal de Porto Alegre.