Um homem condenado pela morte do adolescente Ronei Faleiro Júnior, 17 anos, na saída de uma festa em Charqueadas, em 2015, foi preso pela Polícia Civil na quinta-feira (10), em Taquari.
Peterson Patric Silveira recebeu uma condenação de 35 anos pelo Tribunal do Júri em 2022, mas teve o direito de recorrer em liberdade. Em setembro deste ano, o Tribunal de Justiça revisou a pena para 26 anos e decretou a prisão dele.
Silveira era o único dos oito condenados que ainda estava em liberdade.
A prisão foi cumprida pela Delegacia de Charqueadas, que já havia conseguido encontrar os outros sete réus condenados a prisão.
— Realizamos todas diligências com máximo empenho para dar uma resposta efetiva à família da vítima e toda cidade diante de um crime tão bárbaro — disse o delegado Marco Aurélio Schalmes.
Durante o júri, em 2022, Peterson confessou o envolvimento na briga que resultou na morte do garoto.
— Tinha duas ou três brigas ocorrendo ao mesmo tempo. Dei duas ou três garrafadas nele. Vi que a briga estava tomando proporção descomunal. Saí correndo e joguei a garrafa — disse Peterson ao ser questionado pelo magistrado.
Relembre o caso
O assassinato do adolescente chocou o Estado e teve repercussão nacional em razão da violência. O rapaz, o pai e um casal de amigos foram agredidos a socos, chutes e golpes com garrafas por um grupo de mais de 15 pessoas, entre adultos e adolescentes.
O crime aconteceu em 1º de agosto de 2015. As agressões ocorreram quando o pai de Ronei Júnior foi ao local da festa para buscar o filho e os dois amigos.
Os agressores atacaram quando eles embarcavam no veículo da família. Ronei Júnior chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, os suspeitos teriam como alvo o amigo do adolescente. A motivação seria o fato de este amigo ser de outro município, São Jerônimo. Havia rixa entre o Bonde da Aba Reta — grupo do qual os réus faziam parte — e os moradores da outra cidade.
Câmeras de monitoramento da cidade gravaram a sequência de violência. As imagens contribuíram para identificação dos participantes do crime. Mensagens de WhatsApp, trocadas entre os agressores, nas quais se vangloriavam pelo feito, também foram utilizadas como provas para as condenações.