O laboratório PCS Lab Saleme, identificado pela Polícia Civil como responsável pelo erro que levou à infecção de seis pacientes por HIV após transplante de órgãos contaminados, já foi responsável pela emissão de dezenas de laudos incorretos, tanto falso positivo quanto falso negativo para HIV, inclusive em exames de crianças. As informações são do portal g1.
Essa avaliação foi feita pela promotora Elisa Ramos Pittaro Neves, em representação enviada pelo Ministério Público (MP) à Justiça na quinta-feira (17).
"Insta salientar que os investigados e o respectivo laboratório PCS Lab Saleme já emitiram dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para HIV, inclusive em exames de crianças, respondendo a inúmeras ações indenizatórias por danos moral e material", escreveu a promotora.
Segundo a promotora, a "reiteração dessa conduta demonstra total indiferença com a vida e a integridade física e psicológica de seus clientes, e da população como um todo".
O MP solicitou a prorrogação da prisão temporária dos quatro investigados no caso.
"Apesar das investigações estarem transcorrendo de forma regular, a gravidade dos delitos, o número de vítimas e a conduta reiterada dos investigados demandam tempo para que a investigação transcorra de forma regular, permitindo a colheita de elementos que corroborem com a formação da opinio delict do Ministério Público", dizia um trecho do documento.
Investigados
Na tarde desta sexta-feira (18), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) aceitou o pedido feito pelo MP e prorrogou a prisão dos investigados. São eles:
- Walter Vieira: Sócio do PCS Lab Saleme, médico ginecologista, responsável técnico do laboratório e signatário de um dos laudos falsos.
- Ivanilson Fernandes dos Santos: técnico de laboratório contratado pelo PCS para realizar análises clínicas dos materiais provenientes da Central Estadual de Transplantes.
- Jacqueline Iris Bacellar de Assis: auxiliar administrativa no PCS Lab Saleme, cuja assinatura está presente em um dos laudos que falsamente indicavam que os doadores de órgãos não tinham HIV.
- Cleber de Oliveira dos Santos: biólogo e técnico de laboratório contratado pelo PCS para realizar análises clínicas dos materiais provenientes da Central Estadual de Transplantes.
Todos eles são investigados por: crime contra as relações de consumo; associação criminosa; falsidade ideológica; falsificação de documento particular; e infração sanitária.